*Cesar Vanucci
“Não
nasci para ter ódio, nem rancores, nasci para construir”
Concluímos
hoje a narrativa sobre a fascinante saga de JK. O Presidente do sorriso franco
e aberto deixou-nos, como herança, obras grandiosas, definitivas, exemplos
vitais, ideias que não morrem, inspirações para as lutas em favor das
transformações que a sociedade brasileira ardentemente almeja.
As constantes homenagens de saudade à volta de sua
lenda pessoal têm o significado de um julgamento consagrador. Sua figura sai
aureolada da avaliação. Entre seus adversários, alguns poucos, mais moderados,
têm os nomes associados, de certo modo, a um que outro momento na crônica das
realizações brasileiras. Já os mais raivosos, quando eventualmente citados,
ficam vinculados apenasmente a episódios marcados pela intolerância e
insensatez. A história costuma não se revelar condescendente com a ignomínia.
JK é, no sentimento das ruas, símbolo de muita
coisa. De progresso. De crescimento econômico, abundância de empregos, justiça
social, diálogo e concórdia. De intransigência na defesa da soberania nacional.
De projetos arrojados na construção humana. De democracia interpretada como
instrumento insubstituível na atuação política. De altivez cívica e de nacionalismo
autêntico. Por isso, suas ideias continuam sendo, ao mesmo tempo, a inspiração
e o fanal de um Brasil que abomina a recessão, o desemprego; a intolerância;
que exige fervoroso respeito no trato da coisa pública e que repudia as
fórmulas discricionárias no exercício do poder.
Por essa razão, admitindo como legitimo o registro,
do saudoso jornalista Carlos Chagas, segundo o qual “Já não se faz
mais JK como antigamente”, a sociedade continua a procura de um novo Juscelino.
De um líder com suas características.
Muitos compatriotas soltam, a partir
daí, as rédeas da imaginação. Em postos de observação que lhes permitam
descortinar a paisagem político/administrativa, esticam ao máximo os olhares
perquiridores. De maneira a ampliar a capacidade visual, utilizam até binóculos
potentes, daqueles que ajudem enxergar objetos em escuridão de breu. Com
disposição, espírito bem aberto, sem prevenções quanto a pessoas ou correntes
partidárias, entregam-se à tarefa de localizar, na amplidão do cenário
contemplado, personagens providos de carisma, com potencial de liderança que
exale luminosidade o bastante para aclarar caminhos. Abrir clareiras. Motivar
multidões. Olhar (ou ouvir, como propõe o poeta) estrelas e dar rumo ao navio.
O
distinto patrício que nos honra com a leitura desta despretensiosa fala haverá
de concordar conosco. Tá difícil pacas levar a cabo com sucesso a tarefa. Ou
seja, encontrar alguém que lembre JK.
Fritjof Capra, físico e escritor
austríaco que se tornou celebridade mundial com seu “Tao da Física”, cunhou
esplêndido conceito na busca de novos rumos para uma humanidade confusa. O
conceito encaixa-se magistralmente nesta hora de incertezas políticas. “Aquilo
de que necessitamos numa perspectiva de grande amplitude, é um novo paradigma,
uma nova visão da realidade; uma mudança fundamental dos nossos pensamentos,
percepção e valores”.
Essa dificuldade de identificar lideranças de
vulto, mostra a necessidade de serem refeitas equivocadas práticas encampadas
pelos agrupamentos partidários. Todos eles, de algum modo implicados, como se
percebe, em atos que não condizem com os bons preceitos republicanos.
As encrencas criadas clamam por mudanças
essenciais. A saga JK é um fervedouro de ideias fecundas para se chegar à transmutação
de processos que nos favoreçam galgar patamares superiores na conquista plena
do bem-estar social.
Encurtando razões: no jeito de ser e de fazer
de JK, um soberbo contemporâneo do futuro, encontramos o paradigma ideal para
as transformações tão desejadas.
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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