*Cesar Vanucci
“Brasileiros renderam-se à genialidade de
Lionel Messi” (Anna Mayã, poeta)
1) Copa do Mundo
A seleção – que pena! – Não é mais aquela.
Com participação descolorida da seleção brasileira na Copa do Qatar, o futebol
brasileiro viu-se – meio dorido confessar- rebaixada de nível entre as
potencias que copõe a elite do “esporte das multidões”. A expectativa de conquista
de titulo esvai-se a cada torneio realizado. O excrete não tem conseguido
reviver os momentos gloriosos do passado. Não mais transmite a empolgação que
eletrizava brasileiros e torcedores de outras plagas.
Considerando que os gramados brasileiros
são, reconhecidamente, um celeiro de craques, como costumam dizer os
comentaristas, é de se imaginar que o processo de convocação e treinamento dos
atletas esteja reclamando mudanças viscerais. Como sugerem muitos apreciadores
das coisas do ludopédio, a fórmula ideal de se compor grupo com real
capacitação para representar com mais competência nosso futebol nas competições
mundiais, consista talvez na convocação tão somente de jogadores que atuem nos
campeonatos nacionais e que possam ser acompanhados em sua preparação com faixa
de tempo maior e que leve a um melhor entrosamento. Contando com valores
recrutados, como dito acima, apenas nos clubes que estejam disputando
regularmente os campeonatos promovidos nos estádios do país, a seleção assim
constituída participaria de jogos a intervalos não muito longos com outras
seleções e clubes. O comando técnico poderia, em tais circunstancias aquilatar
devidamente as reais características e potencialidades individuais dos atletas.
Isso favoreceria integração mais adequada do grupo.
Vale recordar, a propósito, o que sucedeu
com a vitoriosa seleção de 1970, a do tri. Ela representava com legitimidade o
que havia de melhor no futebol brasileiro, diferentemente do que tem ocorrido
com os excretes dos dias de agora.Nomes como Pelé, Rivelino, Tostão e Carlos
Alberto Torres faziam a festa e enchiam de encantamento os olhares dos
torcedores nos times em que jogavam, aqui mesmo no Brasil. Não havia a
presença, como passou a suceder de tempos a esta parte, de atletas da chamada “legião
estrangeira”. Todos jogavam no Brasil, o que criava grande empatia com o
torcedor. Qualquer pessoa na rua dizia de cor a escalação do time, inclusive
dos times onde cada atleta daquela seleção atuava.
2) A seleção argentina com Messi traçando
coreografia impecável dentro das quatro linhas, galgou galhardamente o primeiro
lugar no pódio da Copa do Qatar. Surpreendeu-nos perceber que a torcida
brasileira manifestou-se majoritariamente favorável ao time de “lós hermanos” .
O jornalista Ariel Palácios, dono de cultura enciclopédica, correspondente da
GloboNews em Buenos Aires, relatou dias atrás saborosa historieta relacionada
com a conquista do tri. Seguinte: em 1986, antes do torneio mundial realizado
no México, paredros e atletas portenhos estiveram em
peregrinação num santuário dedicado a
Nossa Senhora, que atrai, permanentemente, intensa veneração popular.
Comprometeram-se, na ocasião, ali voltarem após as disputas, caso delas se
sagrassem vencedores. Prometeram, mas não cumpriram. Criou-se a partir dali, a
desagradável sensação de que o descumprimento da promessa estava a impedir o
acesso ao almejado 3° troféu. Antes, agora, da copa do Qatar, um grupo de
representantes do futebol argentino achou de bom alvitre fazer uma visita ao
mesmo santuário, com fito de redimir-se da falha cometida no passado. Parece
que a iniciativa surtiu efeito. E pelo que já se sabe, em breve, os campeões
mundiais de 2022 estarão sendo convocados pela associação de futebol da
Argentina a empreenderem uma nova peregrinação ao santuário em questão. Não é
pra menos...
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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