“Universo,
irmão mal conhecido.”
(Jean Wahl, poeta, citado por Paulo Rónai)
A peregrinação terrena é tecida de infindáveis interrogações. As perguntas espocam em número infinitamente superior às respostas. Num contexto desses, de proporções inimagináveis, a ciência é gota. Os fenômenos investigados, na longa espera da decifração, são um oceano.
No instante em que um
telescópio super poderoso em matéria de propriedades tecnológicas apropriadas
pelo homem dá-nos conta da existência provável, num ponto distante de outra
galáxia, de um corpo celeste que ostenta características atmosféricas
assemelhadas às desta nossa ilhota solta no oceano cósmico, é perfeitamente
natural se reacenda a sempre momentosa discussão em torno da existência de vida
inteligente nas demais paragens do universo. Embora intuída pela grande maioria
das pessoas, a tese da pluralidade de mundos habitados não é oficialmente admitida
pela ciência ortodoxa.
A ortodoxia científica, mesclada de fanatice religiosa, fixava conceitos inamovíveis. Contestá-los representava risco a que ninguém queria, obviamente, se expor. As proclamações de um luminar qualquer, revestido de pompa e autoridade, tinham força de mandamento divino. Ái de quem ousasse contradizer, por exemplo, a afirmação de que lá no inatingível ponto em que as águas do mar (povoadas de terríveis monstros) e o horizonte se fundem ficava a borda de um precipício aterrorizante! Ou a assertiva de que o sol e os demais corpos celestiais do firmamento giravam em torno da Terra!
A ciência alega não dispor
ainda de elementos para proclamar a existência de vida inteligente fora do orbe
terráqueo. Sob esse aspecto, os estrondosos avanços tecnológicos espaciais
valeram pouco. Continuamos, praticamente, a propósito, no mesmo patamar
informativo científico dos remotos momentos da censura ameaçadora que impedia a
discussão aberta, transparente, do apaixonante tema. Isso, todavia, não impede
que muita gente, consciente de sua cidadania cósmica, em diferentes cantos
desta imensa pátria terrena, vagando solta em mares intermináveis pontilhados
por sextilhões ou mais até de astros - entre eles o tal planeta que guarda
similitude com o nosso -, aceite pacificamente a ideia de que não estamos sós
no universo.
Jornalista
(Cantonius1@yahoo.com.br)
Um comentário:
Em 1986, jatos da Força Aérea foram acionados para perseguir 21 objetos luminosos que apareceram nas telas dos radares sobre São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro e que foram vistos pelos pilotos. “Era uma luz muito forte”, descreve um deles.
Prezado Jornalista, o Sr. saberia dizer mais sobre o caso citado? Sou fã dos seus artigos.
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