*Cesar Vanucci
“Quem tem amigos assim, não precisa de inimigos.”(Ditado popular apropriado para o momento político)
1) Liderança - Oposição à
cata de liderança. Tantos os malfeitos cometidos pelo ex-presidente Bolsonaro e
seu prestimoso quadro de “ajudantes de ordem”, que os oposicionistas acabaram
ficando ao relento na arena política, impossibilitados de canalizar aflições e
problemas para alguém capaz de dar voz ao seu sentimento. No ver de
experimentados analistas da cena política, o Governador Tarcísio de Freitas, do
Estado de São Paulo é quem desponta com melhores chances para vir a ocupar as
funções em futuro próximo. Já para as eleições municipais do ano vindouro a
situação estará por certo definida.
2) Guerra - Enganoso pensar
que as hostilidades, motivadas pela invasão russa, que ensanguentam o solo ucraniano
possam findar a curto ou médio prazo. Até mesmo um “cessar-fogo” temporário
parece pouco provável, a serem levados em conta os desdobramentos do esforço bélico
de parte a parte. A Rússia, com sua voracidade imperialista, declara-se no
firme propósito de não arredar pé das províncias ocupadas por suas tropas e
mercenários arregimentados por uma milícia contrária ao governo de Kiev. Os ucranianos,
por sua vez, preparam-se para receber dos Estados Unidos e aliados frota de
jatos de última geração com capacidade operacional para atingir território
adversário. Estima-se que o treinamento dos pilotos para utilização das
referidas aeronaves se prolongue por cinco meses. O ditado popular “quando um
não quer dois não brigam” não se ajusta definitivamente ao estúpido conflito.
3) “Aliados” - O presidente
Lula está mal arranjado com seus “aliados” de última hora (talvez fique melhor
dizer “fora de hora”). O fisiologismo dominante na conduta da corrente
parlamentar liderada por Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, é de
molde a criar fissuras constantes nos alicerces de um relacionamento razoável
entre os Poderes em torno da desejável governabilidade. O apetite por emendas e
cargos do pessoal é pantagruélico. O governo precisa acautelar-se no sentido de
que as articulações políticas com vistas à aprovação de projetos relevantes não
sejam marcadas pelo manjado e viciado esquema do “toma lá, dá cá”, origem
perniciosa de tantas indesejáveis crises. Em recentes decisões da Câmara dos Deputados,
quando do exame de pautas importantes para que a engrenagem dos Ministérios na
nova configuração pudesse funcionar regularmente, assistiu-se ao absurdo da
maioria de algumas bancadas de partidos detentores de pastas ministeriais
votarem contrariamente às propostas apresentadas pelo Planalto. O fato é
inédito na história republicana. A situação levou observadores traquejados da
vida política a relembrarem velho ditado: “Quem tem amigos assim, não precisa
de inimigos”.
4) Ditadura - Vamos e
venhamos. Tudo bem quanto a restabelecer relações diplomáticas com a Venezuela.
O Brasil possui linha fronteiriça de ampla extensão com o país, além de
interesses comerciais razoáveis. Mas, daí, numa saudação protocolar ao
presidente venezuelano, admitir que o mundo inteiro labora em imperdoável
equivoco ao classificar o regime de Caracas de ditatorial, significa um
desprezo descomunal para com a realidade fatual. Maduro, assim como Daniel
Ortega, na Nicarágua, não passa de um caudilho da pior categoria, responsável
por delitos hediondos. Persegue e elimina adversários, viola resultados
eleitorais, amordaça a imprensa, afugentou do território que oprime 8 milhões
de pessoas. A Venezuela não é única ditadura com a qual o Brasil mantém
relações diplomáticas. Arábia Saudita, Irã, Síria, além da China e da Rússia,
são, entre outros alguns países de governos autoritários com os quais mantemos
contatos diplomáticos e negociais significativos.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com)
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