quinta-feira, 27 de julho de 2023

Dez anos para a solução

 



 

*Cesar Vanucci

 

“Cem milhões sem coleta de esgoto. Isso cheira mal”

(Domingos Justino Pinto, educador)

 

Dados bastante perturbadores. Escancaram mais uma estridente faceta das desigualdades sociais que interditam os caminhos brasileiros no sentido do desenvolvimento acelerado, na dimensão correta da vocação de grandeza do país. Quase 100 milhões, 44,2 por cento de patrícios, não dispõem, na atualidade, de acesso a coleta de esgoto. De outra parte somam 16 por cento os que não têm água tratada nos lugares em que moram ou trabalham. Para garantir a universalização do saneamento básico, noutras palavras, para assegurar que todo cidadão brasileiro desfrute dos benefícios de água potável e rede de esgoto domiciliar, precisamos mais do que dobrar os investimentos ora carreados para o setor do saneamento básico.

 Segundo aponta o Instituto Trata Brasil, em recente relatório que analisa o estágio de implantação e os potenciais ganhos socioeconômicos suscitados pela Lei que instituiu o novo marco legal de saneamento, a média anual dos últimos 5 anos na aplicação de recursos, nessa área, foi de 20 bilhões. Tal valor está bem a quem do necessário.  

 Mirando a possibilidade, conforme estipula o marco, de se alcançar a meta da universalização no ano 2033, o Brasil terá que investir, a cada ano, até chegar lá, a importância de 44,8 bilhões de reais. Além do bem-estar e conforto trazidos à população de modo geral, os investimentos em questão proporcionarão inúmeros impactos positivos de ordem econômica e social. O crescimento anual do PIB, estimado em 56,3 bilhões de reais será um deles. O mercado de trabalho absorverá aproximadamente milhão de novos empregos: outro resultado relevante a destacar.

O marco regulatório do saneamento básico, objeto de controvérsias indesejáveis por algum tempo neste inicio do Governo Lula, acabou sendo transformado, pelo diálogo, num tema consensual, abrindo a perspectiva da solução, a médio e longo prazos, de problema angustiante do país como um todo.

Em suma, dez anos ainda serão necessários para corrigir esse desacerto social. Que nada interfira negativamente na marcha desejável de conquista civilizatória.

 

2) “Desenrola Brasil” – acompanhado com simpatia pela sociedade, o programa Desenrola Brasil, referente a renegociação das dívidas das pessoas físicas, com instituições financeira e empresas de varejo, o programa já foi deflagrado. Espera-se seja bem sucedido, de maneira a favorecer volume significativo de cidadãos. É bom não esquecer que o endividamento constatado é consequência direta das indecentes taxas de juros vigorantes na praça. Elas colocaram milhões de brasileiros em situação de inadimplência. Se os juros não baixarem a níveis civilizados, outros “desenrolas” terão que ser lançados.

3) Rejuvenescimento -  Os sul-coreanos descobriram um processo rápido de rejuvenescimento, que não pode, infelizmente, ser adotado noutros lugares. Acontece que todo cidadão daquele país de conformidade, com sua milenar cultura, já nasce com um ano de idade, considerado para fins do calculo o período de gestação. Ademais, no dia 1° de janeiro subsequente ao nascimento, é costume adicionar-se à idade outro ano a mais. Isso leva à possibilidade de alguém nascido, por exemplo, em 31 de dezembro a começar a vida com 2 anos. Lei recentemente promulgada pela Assembleia da Coreia do Sul resolveu alterar esse critério de contagem de tempo enquadrando a idade da população nos padrões universais.

4) Falha nossa – retifico, prazerosamente, informação incorreta . Mencionei no artigo “Estatísticas arrepiantes”,  concernente ao “mapa da fome” no Brasil e no mundo, que a produção de grãos brasileira atinge, graças à nossa pujante atividade agrícola, 200 milhões de toneladas. Equivoquei-me: o volume é bem superior, 312 milhões de toneladas. A tal história: “Em se plantando tudo dá”, como registrou o cronista do ano 1500, Pero Vaz Caminha.

 

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

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