"E para que
fui dizer isso, naquela noite?”
(Coronel Uyrangé
Hollanda)
A história da “Operação
Prato”, trazida aos leitores deste impoluto espaço, foi interrompida no
capítulo anterior quando o coronel Uyrangé Hollanda - no histórico depoimento
que quebrou um silêncio sepulcral de mais de vinte anos – relembrava o momento
emocionante em que se deu conta, para todo o sempre, de que o problema do
“disco voador” era realmente merecedor de seriedade.
Retomemos o “ping-pong” dos jornalistas Ademar
Gevaerd e Marco Antônio Petit, e o militar que resultou no extraordinário
registro documental.
“P – Os agentes do grupo-tarefa deram
início à operação antes do senhor e tinham visto mais coisas: Mas e aí, o que
aconteceu?
Coronel Uyrangé – Eles avistaram mais coisas e
acreditavam mais do que eu. E me pressionavam:- Como pode você não acreditar?
Um desses agentes era o suboficial João Flávio de Freitas Costa (...) que até
brincava comigo dizendo que eu era cético enquanto uma dessas coisas não viesse
parar em cima de minha cabeça. “Quando isso acontecer e uma nave acender uma
luz sobre o senhor, aí eu quero ver”, dizia, sempre gozando (...). E eu
retrucava que era isso mesmo, tinha que ser uma nave grande, bem visível, se
não, não levaria em conta. E para que fui dizer isso naquela noite? Acabávamos
de fazer essas brincadeiras quando, de repente, algo inesperado aconteceu.
Apareceu uma luz, vinda do norte, em nossa direção. (...) Ela se deteve por
instantes, fez um círculo em torno de onde estávamos e depois foi embora. Era
impressionante: a prova cabal que eu não podia mais contestar. Eu pedi e ali
estava ela. Foi então que levei uma gozada da turma. E agora? – os soldados me
perguntaram.
P. – Quando foi isso, exatamente?
R. – Em novembro de 1977 (...) O objeto tinha uma luz
que se parecia com solda de metal (...) uma luz azul, forte, de brilho intenso.
Mas não vi a forma do ufo, só a luz que emanava o tempo todo.
P. – Vocês conseguiram fotografar esse objeto brilhante
e sua emanação de luz?
R. – Fotografávamos tudo o que aparecia, mas levamos um
baile durante uns dois meses com as fotos, pois nelas não saia nada. Sempre
tínhamos os objetos bem focalizados, preenchendo todo o quadro da máquina, mas
quando revelávamos os negativos, nada aparecia. (...) Isso aconteceu com
frequência, até que ocorreu um fato inusitado. Eu estava analisando os
positivos, muito chateado por não conseguir imprimir as imagens que víamos
(...), quando peguei uma lanterna que usava em operações de selva, e fiz uma
experiência. Foi a sorte (...). A lanterna tinha uma luz normal e forte numa
extremidade e uma capa vermelha na outra, que servia para sinalização na selva.
Era de um material semitransparente de plástico, tipo luz traseira de carro.
Tirando-se a tal capa vermelha, havia um vidro fosco. Eu olhei para aquilo e me
lembrei de que os médicos examinam as radiografias num aparelho que tem um
quadro opaco com luz por trás (radioscópio). Esse equipamento ajuda a fazer
contraste de luz e sombra numa chapa de raio X. Assim, tive a ideia de pegar um
filme já revelado e contrapô-lo ao vidro fosco da lanterna de selva. Pude ver
então um ponto que não conseguia enxergar antes. Eu não estava procurando marca
ou objeto algum, e sim uma luz, pois foi isso o que vimos (...) ao bater as
fotos. Só que a tal luz não aparecia, e sim o objeto por trás dela. No caso do
rolo que estava analisando vi um cilindro que aparecia em todos os demais
fotogramas. Ficou claro, então, que não conseguia imprimir a luz do objeto na
foto, mas sim a parte sólida dele, talvez por uma questão de comprimento de
onda, não sei. Não entendi por que a luz do ufo não impressionava aquele filme,
somente a parte sólida.
P. – Vocês fizeram muitas fotos de ufos como essas?
R. – E como! Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos
de filmes. (...)
P. – Depois de sua descoberta vocês fizeram novas
fotos?
R. – Conseguimos fotografar objetos grandes e com formatos que a gente nem imaginava.”
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