sábado, 4 de novembro de 2023

Nada de novo no front

 


  *Cesar Vanucci

Não importa os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante do que eles.” 

(.Roberto Carlos.)

 

Nada de novo no front. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Estas expressões podem soar, por vezes, como indicativo de que uma situação indesejada esteja sendo posta sob relativo controle. Mas não é bem assim quando aplicadas em narrativas alusivas ao horrendo conflito que monopoliza na atualidade as manchetes do mundo inteiro. Não está havendo nas frentes de luta entre as forças de segurança do Israel e as milícias terroristas localizadas na Faixa de Gaza nada que não seja morte violenta e destruição irreparável. Os belicosos contendores fingem não ouvir o clamor universal. Recusam-se a libertar inocentes reféns, idosos e crianças em boa parte. Não se sensibilizam nadica de nada com o drama angustiante dos milhares de cidadãos palestinos e de muitas outras nacionalidades, que querem deixar a região sitiada. Não se comovem com as notícias aterrorizantes do numero de mortos e feridos, entre estes últimos pessoas largadas à própria sorte devido ao colapso do sistema de saúde. Não se incomodam com as inacreditáveis informações da ONU, da OMS, dos correspondentes das agencias jornalistas, da Cruz Vermelha, acerca da carência absoluta de alimentos, medicamentos, água, eletricidade, moradias dos mais de dois milhões de seres humanos acossados pela metralha mortífera em estreita faixa territorial, sem saídas à vista para escapar do horror.

 A opinião publica mundial confessa-se atônita com o que vem acontecendo no Oriente Médio. Na Assembleia Geral das Nações Unidas uma maciça maioria de países, mesmo sabendo que sua manifestação não possui força deliberativa, recomendou, lucidamente, uma trégua no sanguinolento conflito para providências humanitárias e debates que possam conduzir a uma solução da questão crucial inserida no pano de fundo das discordâncias existentes entre as partes. No conselho de segurança, o Brasil conseguiu encaixar uma proposta na mesma linha. Toda via esta proposição acabou se tornando ineficaz diante do veto desprovido de fundamentos dos Estados Unidos. Os EUA fazem parte do quinteto que se arvora em exercer incompreensível tutela dentro da ONU, sobre o resto do mundo.

 O Papa Francisco e outras clarividentes lideranças mundiais tem sido unânimes em mostrar que o terrorismo e a guerra são instrumentos do mal, degradando os valores supremos que alicerçam a evolução civilizatória. Tais manifestações de peso considerável como expressão do sentimento universal, não conseguem varar as fortificações dos “senhores da guerra”, imperturbáveis em sua disposição de não ensarilhar armas.   

 O jeito para os que conservam acesa a esperança na interrupção dessa porfia amalucada é meditar e rezar. E também apelar para que um súbito e abençoado lampejo de bom senso brote na consciência dos que ditam as ordens para matar e destruir, levando-os a se convencerem da necessidade de uma trégua e a admitirem, mais adiante de que fora da paz não há salvação, como proclama a cátedra de São Pedro.

 

2) Milei - Apontado como um “anarco-capitalista”, seja lá o que isso signifique, o economista Javier Milei, candidato à presidência da Argentina, segundo colocado nas pesquisas, promete horrores, caso bafejado pela vitória nas urnas. Pretende fechar o Banco Central, os Ministérios da Educação e da Saúde, romper relação com o Vaticano e com a China, acabar com o peso e dolarizar a economia, sair do MERCOSUL. De quebra faz considerações pouco lisonjeiras ao papa Francisco, ao Brasil e ao Presidente Lula. Observadores políticos têm como certo que após a eleição do dia 30 vindouro, Milei envergando vistosa camisa de força será reconduzido ao manicômio na Calle Florida.

 Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

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