sábado, 16 de dezembro de 2023

Flagrantes momentosos

 


 

*Cesar Vanucci

“Atacamos a raiz do problema, sem se quer dar um tiro!”

(Ministro Flávio Dino, sobre a operação da PF )

 

 

1) Ações de Inteligência - O desmantelamento recente do esquema criminoso relacionado com o contrabando de armas representou auspicioso resultado de um melhor entrosamento dos serviços de Inteligência das forças de segurança do Estado brasileiro. A troca de informações de nossa Polícia Federal com órgãos estadunidenses e paraguaios do mesmo setor permitiu a detenção de perigosos delinquentes, aqui e alhures, bem como a apreensão de um verdadeiro arsenal e bens valiosos, embora o chefe mais graduado da facção, um argentino radicado no Paraguai, tenha escapado ao cerco policial. As ramificações do sistema já vêm sendo atingidas nas diligências efetivadas pelas autoridades competentes.  Com tais ações a PF e a justiça já conseguiram desfazer operações clandestinas que, seguramente conduzirão ao desmascaramento de figurões do crime organizado ainda não identificados. No Paraguai, como se noticiou, muitos agentes públicos em posições hierárquicas relevantes, participavam da organização responsável pelo contrabando das armas provindas do leste europeu. Na avaliação policial 40 mil armas podem ter sido comercializadas no curso de alguns anos ao valor estimado de 1 bilhão e 200 milhões de reais. A opinião pública coloca-se agora na expectativa de que outras operações de combate ao crime organizado cheguem, igualmente, a desfecho positivo.

 

 2) Vetos - A história se repete. No governo passado, o Ministro Paulo Guedes aconselhou o Presidente Bolsonaro a vetar projeto, aprovado pelo Congresso, estabelecendo regime de contribuição previdenciária diferenciado para setores produtivos que mais ocupam mão de obra. Bolsonaro vetou. Houve grita das entidades classistas e sindicais e o veto acabou sendo derrubado pelo Congresso. Agora, no atual governo, o Ministro Fernando Haddad recomendou ao Presidente Lula da Silva que vetasse projeto renovando até o ano de 2027 os efeitos da mesma proposta parlamentar. Lula fez o mesmo: Vetou. As reações de patrões e empregados foram, pela mesma forma, desfavoráveis ao ato presidencial. É o veto foi derrubado.

3) Seleção de futebol - Não acompanhei a transmissão do clássico Brasil X Argentina pelas eliminatórias da Copa Mundial de Futebol. Na manhã seguinte, procurei notícias do resultado da peleja, ouvindo pessoas ao meu redor. Para minha surpresa, ninguém soube dizer nadica de nada do evento. Absorvido em afazeres profissionais, só vim a ser informado dos dois vexames registrados, o de dentro e o de fora do gramado, na hora do almoço. Conclui, depois de amarga reflexão, que o nosso futebol não é mais aquele. Em grande parte, por conta das más performances do escrete, os torcedores não mais se empolgam como antigamente nos jogos da chamada  “equipe canarinho” . É só pôr tento no que acontece nas ruas e nos lares durante as partidas. O alarido festivo, o buzinaço alegre, o enfeite das janelas com bandeiras parecem ser coisas do passado. Esse “negócio” de escalar um time, para as competições, com atletas da “legião estrangeira” – só não vê quem não quer - não anda dando certo. O desempenho apático e a falta de entrosamento são mais que notórios. A “solucionática” para essa “problemática”, como diria o consagrado Dadá Maravilha, talvez seja montar seleção composta somente de jogadores que atuem nos campeonatos nacionais. Há curtos intervalos o time seria convocado para treinos e jogos que permitissem uma melhor articulação técnica e tática, como se diz na saborosa linguagem da crônica futebolística. Uma estruturação assim garantirá, certeiramente, atuações de melhor rendimento, compatíveis com a glória conquistada pelo futebol brasileiro no passado.

 

 

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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