*Cesar Vanucci
“(...) Uma corrida
perigosa para modelos de “caixa preta” cada vez maiores e mais imprevisíveis” (“Carta
Aberta” de cientistas sobre a Inteligência Artificial)
A Inteligência Artificial
está chegando aí, com penca significativa de inovações, algumas ainda
inimagináveis. O tema suscita interrogações e reflexão amadurecida. Tem-se como certo que
com a implantação ampla deste avançado instrumento tecnológico, acontecerá algo
bem mais impactante do que ocorreu com a chegada da internet. Mudanças radicais
poderão vir a ser incorporadas ao nosso comportamento mundano.
Nas antevisões de pessoas
já bem familiarizadas com o manejo da revolucionária ferramenta técnica, a I.A trará
situações análogas ao que aconteceu e acontece ainda com outros engenhos
prodigiosos nascidos da fecunda criatividade humana, concebidos originalmente dentro
do propósito de engrandecimento civilizatório. Caso de relembrar o ocorrido com
a incorporação da pólvora, do avião, da energia nuclear e da própria internet
aos projetos e empreitadas dos seres humanos na busca incessante do progresso e
desenvolvimento. Todas essas apreciáveis conquistas, que geraram benefícios sem
conta, acabaram também, em numerosas ocasiões, servindo a objetivos não
harmonizados com as sublimes aspirações do espírito humano.
Existem, como sabido, compreensíveis
preocupações de personalidades que compõe a elite da inteligência e sabedoria
com relação a eventos danosos que
poderiam derivar da aplicação distorcida do sistema IA . Recentemente ainda, numa
“Carta Aberta” ao mundo, 1300 cientistas, sociólogos, empresários do ramo da
informática, acadêmicos graduados, externando temor nas alegações ditadas,
recomendaram enfaticamente fosse estabelecida uma pausa nos avanços do processo.
Insistiram num ponto: que “a pausa deve ser pública e verificável e incluir
todos os principais atores.” Acrescentam: “Se tal pausa não puder ser decretada
rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória.” Noutro
ponto do palpitante pronunciamento é salientado mais o seguinte: “Laboratórios
de IA e especialistas independentes devem usar essa pausa para desenvolver e
implementar um conjunto de protocolos de
segurança compartilhados para design e desenvolvimento avançados de IA a serem rigorosamente auditados e supervisionados por
especialistas externos independentes. Esses protocolos devem garantir que os
sistemas que aderem a eles sejam seguros além de qualquer dúvida razoável. Isso
não significa uma pausa no desenvolvimento da IA em geral, apenas um retrocesso
na corrida perigosa para modelos de caixa preta cada vez maiores e
imprevisíveis com capacidades emergentes. A pesquisa e o desenvolvimento de IA
devem ser reorientados para tornar os sistemas avançados e poderosos de hoje
mais precisos, seguros, interpretáveis, transparentes, robustos, alinhados,
confiáveis e leais.”
Outro aspecto de vital importância
trazido à reflexão da humanidade pelo manifesto diz respeito à necessidade
imperiosa de se assegurar regulação, monitoramento, rastreamento, auditoria
permanente, certificação de dados. Esses cuidados essenciais levarão à
necessária responsabilização por danos eventualmente provocados pela IA. O
arcabouço jurídico institucional concebido – admitem os signatários da “Carta Aberta”-
permitirá todas as condições almejáveis para se lidar com as dramáticas
perturbações econômicas, sociais e políticas causadas pela IA. Ficarão assim
também resguardados os sagrados interesses democráticos.
Um comentário:
Caro César,
Em modesta e despretensiosa opinião acho que já passamos por fases assim, de medo exagerado quanto aos efeitos de inovações ainda pouco estudadas.
O tempo se encarrega de ajustar os temores à realidade.
Exemplos podem ser lembrados às dúzias: eletricidade; carro a motor mecânico; avião; vacina...
A.I. ainda engatinha, mas não tem porquê desta vez seja diferente!
Aos poucos vamos desmistificando-a, aproveitando suas vantagens e contornando inconveniências.
Sempre foi assim!
Abraços,
Guilherme Roscoe
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