“Organização criminosa infiltrada
na ABIN.”(Alexandre de Moraes, Presidente do STE)
Mais essa agora! Uma ABIN paralela, Santo Deus! Um serviço de informações clandestino
enxertado dentro de um órgão oficial incumbido de prestar assessoria à
Presidência da Republica com o objetivo de orientar estratégias do Estado em
magnas questões no plano interno e no cenário internacional. Foi montado, no
governo passado para fazer espionagem a granel atingindo milhares de cidadãos considerados,
na maniqueísta avaliação dos detentores então do poder, “hostis” aos interesses
palacianos. O inacreditável e sórdido monitoramento alvejou, segundo a diligente
Policia Federal, elementos da cúpula política, ministros, governadores,
magistrados, congressistas, jornalistas e também representantes do Ministério
Público engajados em investigações contra milicianos cariocas, com realce para
o intrincado “caso Marielle”. A paranoica empreitada não poupou nem mesmo
aliados...
À medida que avançam as apurações, a
perplexidade da opinião pública se agiganta, com as pessoas comuns indagando
até onde essa história maluca irá chegar. O inimaginável está acontecendo. A PF
levantou indícios de que o sistema paralelo de coleta ilícita de informações
continuou mesmo depois das eleições e da posse. Os articuladores do mafioso
esquema não haviam interrompido até recentemente
as operações. Utilizando aparelhos de alta sofisticação tecnológica,
pertencentes ao acervo da ABIN, aparelhos esses deslocados sorrateiramente para
residências e escritórios, valendo-se ainda, provavelmente de informações
passadas sub-repticiamente por algum funcionário inidôneo, deram sequência aos
rastreamentos das pessoas sob mira.
O levantamento de dados concernentes à história
da chamada “ABIN Paralela” conduziu os investigadores a uma revelação valiosa.
Em entrevista dada a um canal de televisão, em programa de grande audiência, o
ex-ministro Gustavo Bebianno, já falecido, que pertenceu ao grupo mais próximo a
Jair Bolsonaro, do qual acabou se afastando depois de forte desentendimento,
contou que o ex-presidente falou-lhe, em dada ocasião, no começo do governo, de
sua intenção de estruturar a tal “ABIN Paralela”, ele, Bebianno, e o General
Santa Cruz, que também veio a deixar o governo por incompatibilidade,
manifestaram sua discordância e apreensão à hipótese trazida por Bolsonaro.
Pelo que se está vendo, a crônica política
brasileira tende a reservar capítulo bem alentado para descrever a penca de malfeitos
produzidos no ciclo de governamental findo em 31 de dezembro de 2023.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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