terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Flagrantes do momento político

 



                                                                                   *Cesar Vanucci

 

“O equilíbrio das contas públicas ajuda a impulsionar o desenvolvimento econômico e social.” (Domingos Justino Pinto, educador).

  

1)Regulação já - O Presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deu voz à preocupação que anda fustigando mentes e corações fervorosos sintonizados com o ideal democrático. Dele as palavras na sequência: “As recentes inovações em tecnologia da informação e acesso universal às redes sociais, com o agigantamento das plataformas, amplificado em especial com o uso de Inteligência Artificial, potencializaram a desinformação premeditada e fraudulenta com a amplificação dos discursos de ódio e antidemocrático”. Corretíssimo o conceito. Dá até calafrio na espinha imaginar do que não serão capazes os milicianos digitais, de todos os matizes, que colocam a serviço do ódio e intolerância o arsenal tecnológico da internet mesclado com a IA.  A regulamentação urgente dessas fabulosas invenções não comporta discordâncias sibilinas, tergiversações e manobras protelatórias. Assim recomenda o empenho continuo das pessoas de boa vontade em prol do fortalecimento democrático.

2) “Casamento de interesse” – a sabedoria antiga prescreve que “casamento de interesse” nunca dá certo. A ambição do cônjuge é sempre desmedida. Extrapola os limites toleráveis. A convivência torna-se insustentável. De desavença em desavença, de ressentimento em ressentimento, a relação acaba dando em separação, às vezes litigiosa. A situação descrita aplica-se aos “enlaces” na política. É só por tento no que anda rolando na união do Planalto com o “centrão”. Por maiores que sejam as concessões aos eternos “governistas” da militância política mencionada, por mais ministérios que sejam confiados aos adesistas da 25° hora, por mais que se esfalfem os Ministros da Fazenda e do Planejamento no sentido de descobrir fórmulas capazes de satisfazer o apetite voraz do “cônjuge”, a sensação que prevalece nos contatos entre as partes é de que há sempre um saldo devedor a ser quitado. Até quando essa aliança amarrada por barbante resistirá aos trancos e solavancos na caminhada em curso?  

3) Emendas parlamentares – fundo eleitoral quintuplicado (5 bilhões). Emendas parlamentares impositivas, de valores avultados, que podem ser aplicações à margem dos programas de obras elaborados pela administração pública e que, além de tudo, desequilibram orçamento.  Congresso e Governo precisam acertar os ponteiros, encontrando por meio do dialogo uma forma de entendimento sobre execução orçamentária, atentos ao compromisso de déficit zero. A circunstância de ser este mais ano eleitoral, com as disputas por Prefeituras e Câmaras Municipais, não pode constituir motivo para se bagunçar o coreto orçamentário. O equilíbrio das contas públicas é parte indissociável da arrancada desenvolvimentista. O Brasil precisa dela.


                                    Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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