*Cesar
Vanucci
“As investigações abordam especificamente fatos relacionados a tentativa de Golpe de
Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.(Alexandre
de Moraes, Presidente do TSE)
Liberou
geral, como se diz na pinturesca linguagem das ruas. A hora da verdade soou como
proclamado nas investigações que acabam de ser trazidas a público. As apurações
da Policia Federal que vinham sendo conduzidas dentro de cadencia moderada,
posto que firme e consistente, assumiram configuração mais ampla e decisiva. As
arrasadoras provas levantadas deram claridade solar ao tenebroso enredo
golpista, apontando praticamente todo o elenco da trama, de autores a atores e
coadjuvantes.
Junção
da elucidativa e explosiva “delação premiada” do ajudante de ordens do ex-presidente
Bolsonaro com os elementos contidos nos atos baderneiros, atentado a bomba, depredações
de patrimônios públicos e símbolos cívicos, obstruções em rodovias, invasões de
repartições, agrupamentos com palavras de ordem subversivas, ameaças violentas
a pessoas, de viva voz e pela internet, reuniões clandestinas e manifestações insultuosas
à dignidade nacional tornou possível se compusesse retrato de corpo inteiro da
manobra antidemocrática arquitetada nos gabinetes do governo desalojado do
poder em eleições livres e de lisura incontestável.
Os
documentos, os diálogos, as mensagens de celular e de e-mails, os vídeos (gravados
pelos próprios envolvidos, em momentos de embriagante autoconfiança), além de
longa série de depoimentos contundentes que integram a robusta peça acusatória
elaborada pela PF são simplesmente estarrecedores. Não comportam dúvidas quanto
à participação dos personagens indiciados na conspiração que pretendeu
mergulhar nosso país nas trevas da ditadura.
As
alegações que colocam em dúvida a legitimidade das ações promovidas pelas
autoridades competentes não resistem a qualquer tipo de análise crítica. Dizer, por exemplo, que se trata de
“perseguição política” é demonstrar primitivismo intelectual desconcertante que
só se explica por paixão cega.
Chamou
muito a atenção nas revelações transmitidas pelos Federais o tratamento altamente
desrespeitoso, insultuoso, descambando mesmo para o mais baixo calão, que
alguns investigados dispensaram, nos bate-papos conspiratórios, a ilustres personagens
da esfera Militar que se recusaram a aderir à felizmente malograda intentona. Num
dos registros gravados, aparece um dos envolvidos na trama recomendando atitudes
que “infernizem” a vida de um chefe Militar
e de seus familiares, algo sem dúvida, assustador...
Fica claro, a
essa altura dos acontecimentos, que muitas coisas graves ainda existem para ser
contadas. O que já veio á tona é apenas
parte da Operação “Tempus Veritatis”, segundo admitem fontes
ligadas às diligencias em curso.
A opinião publica,
a um só tempo que abomina toda a situação investigada regozija-se com o exemplar
comportamento das Instituições diante dos fatos narrados, um reflexo admirável
do sentimento Democrático Nacional.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
Um comentário:
É mais fácil enxergar um cisco no olho alheio do que a trave no próprio olho. Bíblico.
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