*Cesar Vanucci
“Vocês não podem desistir. Se eles
decidirem me matar, é porque somos incrivelmente fortes" (Alexei Navalny, em documentário televisivo
premiado).
,
A
ONU garante que estão em curso, neste preciso momento, em diferentes regiões deste
nosso incorrigível e virulento mundo velho de guerra, 170 conflitos armados com
todas as calamidades que as discordâncias por ódio, paixão, ambição pelo poder e intolerância
religiosa são capazes de gerar. Junto com a de Gaza, a guerra da Ucrânia, que tem
frequentando as manchetes com menor assiduidade ultimamente, atrai fortemente
as atenções das lideranças globais, tendo em vista, sobretudo, as posições de
confrontação indireta assumidas por superpotências nucleares.
Já
com 2 anos de duração, a guerra na Ucrânia produziu milhares de vítimas fatais
e feridos, uma onda incalculável de refugiados, arrasou cidades inteiras,
desmantelou instalações de serviços básicos e fontes de suprimentos. A Rússia
imperialista do “tzar” Vladimir Putin, que já havia em 2010, abocanhado a
Crimeia, resolveu anexar ao seu vasto território, o de maior extensão do
planeta, outras províncias ucranianas. Os Estados Unidos e países europeus que
compõem a OTAN decidiram, em meio á condenação quase unanime das ações russas
no cenário mundial, cooperar com o esforço de guerra da Ucrânia, fornecendo-lhe
ajuda para organizar linhas de resistência à ofensiva do poderoso e implacável
invasor.
Nas províncias conquistadas, tal qual se fez
na segunda guerra mundial, nos lugares ocupados pelas tropas nazistas, os invasores
de agora organizaram “plebiscitos” visando “saber” se a população concordava em
abdicar da cidadania ucraniana trocando-a pela russa. Os “plebiscitos” segundo
as agencias noticiosas do Kremlin, apontaram maciçamente “concordância”
popular.
Na
Rússia, está proibida a designação de “guerra” para o que anda rolando na
Ucrânia. Putin se refere à invasão como um “exercício militar”. E ai de quem
discorde!...
Onde
essa guerra vai parar, ninguém consegue dizer. O governo de Moscou chegou a alegar
no começo das hostilidades, que seu ataque à Ucrânia tinha caráter preventivo,
já que não concordava com a possibilidade do país agredido, com sua imensa
linha fronteiriça, vir a integrar a OTAN. Mas, a arremetida imperialista criou-lhe,
além da inimizade irreparável dos ucranianos, outros antagonismos inesperados.
Colocando as “barbas de molho”, tanto a Finlândia, quanto a Suécia (esta última
rompendo uma neutralidade de 2 séculos) ambos países vizinhos, aderiram ao Tratado
do Atlântico Norte.
A mais coisas a dizer. A Rússia de Vladimir
Putin continua no inabalável e sombrio propósito de afastar na marra todo e
qualquer adversário real ou imaginário que se contraponha à gana pela
perpetuidade no poder de seu autoritário dirigente supremo. Como sabido, ao
longo dos anos, processos variados de intimidação tem sido utilizados contra
pessoas que se recusam a dizer “amém” às palavras de ordem vindas do andar de cima.
Muita gente já foi morta a tiros ou ingerindo “inofensivas” chávenas de chá em
ambientes descontraídos. O mais recente caso de eliminação de opositor ocorreu
em uma colônia penal no ártico. Alexei
Navalny ,
ferrenho crítico das posturas de Putin, achava-se preso desde 2021. Cumpria
pena de 19 anos a partir de sua volta da Alemanha, onde se refugiara após atentado
ao sorver goles de “chazinho”. Sua morte
aos 47 anos de idade deu-se em circunstâncias assaz misteriosas, o que provocou
comoção mundial. A família do líder da oposição, um ativista bastante popular,
defrontou-se com dificuldades enormes para trasladar seu corpo e até mesmo
dar-lhe sepultura condigna.
Assim
rolam as coisas nos cinzentos domínios do Tzar.
Enquanto
isso a Ucrânia arde em chamas...
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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