*Cesar Vanucci
Faço um premente apelo para que cesse qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência, com o risco de levar o Oriente Médio a um conflito bélico ainda maior”. (Papa Francisco)
Dolorosa
constatação. Não há como frear o instinto belicoso do bicho-homem. Pessoas de
boa vontade, amantes da paz, lideranças espirituais acatadas, como a de
Francisco, reconhecem-se impotentes para conter os radicalismos que acionam
desavenças tribais, litígios étnicos, conflitos religiosos inglórios. Apelos
reiterados em favor da concórdia, do entendimento civilizado, do diálogo na
busca de soluções para as candentes questões que atormentam o cotidiano esbarram,
desconsoladoramente, em granítica indiferença e até mesmo desdém.
Os
implacáveis “senhores da guerra” e os empedernidos armamentistas, exultantes
com os rumos cruéis trilhados por alguns dirigentes políticos e de grupos incendiários
não dão a menor importância a essas manifestações de repúdio ao que andam
aprontando mundo a fora. Seus malignos propósitos estão focados na ambição
descomedida por poder e nos avantajados recursos financeiros propiciados por seus
escusos negócios.
Em dias recentes a Organização das Nações Unidas
(ONU) contabilizou, em diferentes regiões deste nosso belo e maltratado planeta
azul, 174 focos de beligerância, muitos deles já com anos de duração. É gente
demais da conta – convenhamos - empenhada em fazer do mundo um gigantesco
faroeste, onde os supostos “mocinhos” e “bandidos” não se valem de “colt 45” e
espingardas “winchester”, mas sim de mísseis arrasadores.
Pouco depois da divulgação da lista dos
conflitos em andamento, eclodiu mais uma insana contenda armada. Envolvendo
diretamente Israel e Irã. Anotemos contristados o que acontece em paragens onde,
mais do que quaisquer outras deveriam ser preservadas a todo custo da macula das
discórdias sanguinolentas, da barbárie que o espírito repudia, mas a índole
perversa de indivíduos desfalcados de humanismo acolhe com imperdoável
naturalidade. A referência geográfica é a Terra Santa, onde se acham fincadas,
as raízes da civilização. Exatamente
naqueles lugares percorridos pelo mais sublime Ser, portador de mensagem de
infinita beleza, vinda do Alto e do fundo dos tempos, lá, na Terra Santa o
ódio, a intolerância e a falta de diálogo geraram uma guerra sem quartel. Uma
guerra que vem oferecendo desdobramentos dramáticos na direção de patamares imprevisíveis.
O entrechoque insano engloba atentados terroristas, reféns indefesos,
contraofensiva desproporcional, mortes em demasia, destruição de cidades, violência
inaudita contra civis, réplicas e tréplicas com mísseis, drones e bombas. A
ONU, alarmada com a crise humanitária instaurada, clama pela paz. A Comunidade
das Nações faz o mesmo. A Assembleia e Conselho de Segurança da ONU e outros
organismos internacionais aprovam sucessivas resoluções em prol da pacificação.
A diplomacia movimenta-se no mesmo diapasão. Das grandes lideranças religiosas ouve-se
um brado pelo bom senso e racionalidade. As mentes lúcidas e os corações
fervorosos encarecem a urgência da cessação das hostilidades e abertura de negociações,
sem esquecer o socorro imediato em alimentos, medicamentos, fornecimento de
água, assistência médica às multidões acuadas de Gaza. Preces ardentes são feitas no sentido de que
um clarão de consciência humanística e espiritual ilumine os contendores,
conduzindo-os a buscar um palmo de chão que seja como espaço capaz de proporcionar
começo de conversa que desfaça a espiral de violência com suas funestas
consequências.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
Um comentário:
Um terror!
E por quais razões, caro mestre? O quê impede apelos papais e d'outros de surtirem algum efeito? Há falta de liderança genuína nesse tempo bicudo ou sempre foi assim mesmo?
Forte abraço amigo.
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