*Cesar Vanucci
“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa
o respeito pela dignidade humana.”(Franz Kafka)
Diante do cataclisma no Rio Grande do Sul as
forças vivas da Nação estão dando magnífica demonstração de solidariedade e
fraternidade. A consciência de cidadania, impregnada de humanismo, típico de
nossa cultura criou as condições ideais para que todos os setores representativos da sociedade firmassem um
pacto em torno dos problemas gerados pela catástrofe.
A resoluta disposição comunitária de
enfrentamento da calamidade pairou, altaneira, sobre as divergências políticas
do cotidiano democrático, as desavenças ocasionais da vida mundana, abrindo
frentes de trabalho emergencial muito bem sucedido. Auspiciosamente, acham-se
engajados com afinco nessa árdua tarefa os Poderes Públicos, com suas estruturas
de serviços essenciais. A execução de tais serviços envolve pessoal das Forças
Armadas, Forças Policiais estaduais, agências de saúde e educação, órgãos assistenciais
dos Ministérios e Secretarias, além de ONGs, instituições educacionais, religiosas,
classistas e sindicais, organizações privadas de saúde e educação, empresas e uma
multidão de abnegados voluntários. Tão poderosa conjugação de vontades, de
cunho altruísta e feição ecumênica, inspira a esperança de que possamos, adiante,
todos juntos estabelecer clareira de entendimento na busca, já não mais de saídas
de emergência, mas, sim das soluções decisivas para eventuais casos de
fenômenos climáticos perturbadores.
A formidável
unidade de ações observada nesse capítulo difícil da vida brasileira é recebida
com simpatia pela opinião pública. É vista pelas lideranças evoluídas, mentes lúcidas,
corações fervorosos, pelos autênticos democratas como fator capaz de garantir
ao Brasil avanços consideráveis na senda do desenvolvimento, começando pela
reconstrução daquilo que as tormentas destruíram. Espera-se, pois, que disso se
compenetrem os responsáveis pela condução dos negócios brasileiros, nas áreas
políticas, na gestão pública e das atividades privadas interessados na
conquista do futuro e bem-estar coletivo.
Não há
como ignorar, todavia, a existência de um pequeno bolsão de resistência à frondosa
ideia da unidade nacional, desligada das paixões políticas, na busca de resultados
positivos para magnos problemas que nos afligem como Nação. O drama do Sul do
país mostrou-nos, outra vez, essa deplorável circunstancia. Valemo-nos para
classificá-la de uma expressão popular: É o cumulo do absurdo! Shakespeare fornece
definição mais adequada para a situação: “é loucura, mas tem um método”! Estamos
nos referindo, obviamente, à presença insidiosa “das fake news” na divulgação
dos dolorosos acontecimentos do RS. A caudal de falsidades lançada nas
despoliciadas plataformas digitais, visando com torpes objetivos semear o
pânico e criar uma atmosfera de rancor e revolta, deixou todo mundo atônito e
indignado com a desfaçatez do grupelho que a promoveu. O tiro disparado saiu
pela culatra. A irresponsável ação deflagrada equivaleu a uma cusparada para cima
sem que o autor, (ou autores), saísse de baixo. Os brasileiros desejam
ardentemente a união, as “fakes” pregam a desunião. Elas constituem, sem sombra
de dúvida, um ato demencial, não há negar. Mas, seguem um método com a intenção
de desacreditar a esplêndida junção de esforços aplaudida por todos e que nos
coloca diante de lances de dedicação e heroísmo que enaltecem a condição
humana.
Não dá mais para esperar.
O Congresso precisa aprovar logo a regulação das plataformas digitais, doa a
quem doer. Os estelionatários das redes carecem ser contidos em sua corrosiva atuação.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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