segunda-feira, 29 de julho de 2024

Atentado impacta eleições nos EUA

    *Cesar Vanucci

        “Lute, lute, lute”. ( Donaldo Trump após escapar ileso do atentado)


   

A metáfora procede. É assim que as coisas costumam acontecer nessa nossa turbilhonante aldeia global. Se os Estados Unidos da América são acometidos de uma gripe, o resto do mundo passa a espirrar.

Tal constatação explica a descomunal comoção experimentada em todos os rincões deste nosso planeta azul, diante do atentado contra Donald Trump, episodio ignominioso que alvejou em cheio a democracia e abalou estruturas políticas da mais poderosa Nação da historia contemporânea. Faltando 4 meses para as eleições que apontarão o ocupante da Casa Branca para o próximo quadriênio, a campanha dominada por duelos retóricos exacerbados entre os disputantes, adversários já pela segunda vez, ganhou por força de deplorável e inesperada circunstancia, conotação tremendamente dramática.

Até a hora em que estas considerações vão sendo alinhavadas, as informações disponíveis sobre a impactante ocorrência são as que se seguem. Burlando a segurança, o que está dando margem a críticas acerbas ao serviço secreto, um atirador solitário, de 20 anos, sem antecedentes criminais, de postura tímida, vítima de “bullying” na escola, filiado ao partido Republicano (de Trump), mas doador de pequena soma para a campanha democrata, conseguiu aproximar-se menos de 200 metros do palanque do comício do ex Presidente e efetuar os disparos que só por um triz não o atingiram mortalmente, embora causando a morte de uma pessoa e ferindo gravemente duas outras. Elementos da escolta do candidato abateram o autor dos tiros. Tudo se passou na praça pública de uma cidadezinha rural da Pensilvânia com população de 3 mil habitantes. Houve uma revelação de que a polícia local deu pela presença do criminoso no telhado do prédio pouco antes da tragédia, não conseguindo, contudo, intervir a tempo.

 A campanha eleitoral sofreu, à vista dos acontecimentos narrados, completa e estonteante reviravolta. Donald Trump vinha sustentando em tom demagógico no ver de experimentados analistas políticos, ser “vítima” do sistema, vítima dos adversários, da mídia, da Justiça. O atentado conferiu legitimidade à postura assumida de vítima, mas aí por ordem de fator bastante diferenciado das alegações apregoadas. Ele e seguidores vão obviamente utilizar com profusão esse argumento, na tentativa de atrair eleitores que possam garantir seu retorno à chefia governamental.

 O adversário, Presidente Joe Biden, vem sendo pressionado a deixar a corrida eleitoral, por haver demonstrado, segundo os próprios correligionários, fragilidade física e psicológica. Dias atrás apresentou quadro de enfermidade por ter contraído Covid.

A primeira pesquisa de opinião após o atentado apontou empate técnico entre os presidenciáveis, o que causou certa surpresa pra muita gente que acreditava estar garantida a vitória de Trump.

A história, fica evidente, promete render desdobramentos imprevisíveis.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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