“Lute, lute, lute”. ( Donaldo Trump após escapar ileso do atentado)
A metáfora procede. É assim que as coisas costumam acontecer nessa nossa turbilhonante aldeia global. Se os Estados Unidos da América são acometidos de uma gripe, o resto do mundo passa a espirrar.
Tal
constatação explica a descomunal comoção experimentada em todos os rincões
deste nosso planeta azul, diante do atentado contra Donald Trump, episodio ignominioso
que alvejou em cheio a democracia e abalou estruturas políticas da mais
poderosa Nação da historia contemporânea. Faltando 4 meses para as eleições que
apontarão o ocupante da Casa Branca para o próximo quadriênio, a campanha dominada
por duelos retóricos exacerbados entre os disputantes, adversários já pela
segunda vez, ganhou por força de deplorável e inesperada circunstancia, conotação
tremendamente dramática.
Até
a hora em que estas considerações vão sendo alinhavadas, as informações disponíveis
sobre a impactante ocorrência são as que se seguem. Burlando a segurança, o que
está dando margem a críticas acerbas ao serviço secreto, um atirador solitário,
de 20 anos, sem antecedentes criminais, de postura tímida, vítima de “bullying”
na escola, filiado ao partido Republicano (de Trump), mas doador de pequena
soma para a campanha democrata, conseguiu aproximar-se menos de 200 metros do
palanque do comício do ex Presidente e efetuar os disparos que só por um triz não
o atingiram mortalmente, embora causando a morte de uma pessoa e ferindo gravemente
duas outras. Elementos da escolta do candidato abateram o autor dos tiros. Tudo
se passou na praça pública de uma cidadezinha rural da Pensilvânia com
população de 3 mil habitantes. Houve uma revelação de que a polícia local deu
pela presença do criminoso no telhado do prédio pouco antes da tragédia, não
conseguindo, contudo, intervir a tempo.
A campanha eleitoral sofreu, à vista dos
acontecimentos narrados, completa e estonteante reviravolta. Donald Trump vinha
sustentando em tom demagógico no ver de experimentados analistas políticos, ser
“vítima” do sistema, vítima dos adversários, da mídia, da Justiça. O atentado
conferiu legitimidade à postura assumida de vítima, mas aí por ordem de fator
bastante diferenciado das alegações apregoadas. Ele e seguidores vão obviamente
utilizar com profusão esse argumento, na tentativa de atrair eleitores que
possam garantir seu retorno à chefia governamental.
O adversário, Presidente Joe Biden, vem sendo
pressionado a deixar a corrida eleitoral, por haver demonstrado, segundo os
próprios correligionários, fragilidade física e psicológica. Dias atrás
apresentou quadro de enfermidade por ter contraído Covid.
A
primeira pesquisa de opinião após o atentado apontou empate técnico entre os
presidenciáveis, o que causou certa surpresa pra muita gente que acreditava
estar garantida a vitória de Trump.
A
história, fica evidente, promete render desdobramentos imprevisíveis.
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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