segunda-feira, 15 de julho de 2024

Diálogo, Pantanal e Debate

 

*Cesar Vanucci


“O consumo de maconha continua a ser considerado ilícito.” 

(Luis Roberto Barroso, Pres. do STF)



1) Diálogo - O STF e o Congresso, com enfoques um tanto diferenciados, pautaram a polemica questão do porte de drogas ilícitas. É ponto pacifico a necessidade de se saber distinguir, para fins de aplicação das penalidades, as situações do usuário dependente e do traficante. Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa. O primeiro caso tem a ver com saúde pública. O segundo, já vira caso de polícia. Assim posta a candente questão, afiguram-se recomendáveis diálogo e debates aprofundados de modo a que não ocorram interpretações desencontradas e mesmo conflitantes. Faz-se premente exame criterioso dos aspectos que mais se aprestem a controvérsias. As decisões dos setores incumbidos da repressão às drogas não podem incidir no risco de punir com o mesmo rigor os dependentes, carecedores de tratamento médico, e os desalmados traficantes. Especialistas nas áreas da Saúde e do Direito admitem que por conta de equívocos em processos criminais, muitos dependentes têm sido condenados como se traficantes fossem. Algo assim carece ser devidamente avaliado.

2) Pantanal - O Pantanal ardendo em chamas é um sinal a mais dos efeitos climáticos extremos provocados continuamente pelos desatinos humanos. Com 3 mil e 400 focos de incêndio, a queimada desta temporada de seca alcançou proporção nunca dantes atingida. A situação de emergência está exigindo mobilização de recursos sem precedentes, acenando com temores de que algumas áreas sofram danos irreversíveis tal a intensidade do fogo. O sério comprometimento do rico bioma pantaneiro, com sua exuberante  paisagem, impõe às governanças Federal e Estaduais ações protetivas de maior envergadura, no campo da prevenção e da fiscalização. Ao grupo- tarefa instituída pela PF compete desarticular os esquemas perversos dos desmatamentos ilegais.

3) Debate - A mediocridade imperou no debate presidencial estadunidense. Joe Biden revelou-se vacilante e nada convincente. Donald Trump, com as fanfarronices costumeiras, abusou do “direito” de mentir. Chegou ao cúmulo de acusar a liderança democrata pela invasão do Capitólio. Dá pra perceber por essa alegação o quão são parecidos os golpistas de lá com os de cá. Mas, de qualquer forma, o aspecto a realçar no confronto dos presidenciáveis é o despreparo intelectual por ambos demonstrados que desceu a um nível assustador, tendo em vista a relevância do posto a que aspiram voltar a ocupar. Os telespectadores ficaram, em certos momentos, com a sensação de estar vendo e ouvindo, ao invés de pretendentes ao cargo mais elevado da governança mundial, dois adolescentes pirracentos trocando insultos na hora do recreio. Muita gente anda pensando que o melhor para a grande nação Norte-Americana e para o mundo é que um deles desista da disputa e o outro fique impedido de dela participar pelos comprovados malfeitos praticados.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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