*Cesar
Vanucci
“Acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país
que eu me afaste”
(Joe Biden,
presidente dos EUA).
Os olhares mundiais
estão focados na corrida presidencial estadunidense. Os resultados da eleição
de novembro vindouro terão reflexos pronunciados no jogo político
internacional. As recentes, inesperadas e impactantes reviravoltas na marcha
sucessória visando, a conquista da Casa Branca, assemelham-se com um daqueles eletrizantes
filmes de ação produzidos por Hollywood em
seus anos dourados.
Cuidemos de recapitular
o enredo do processo eleitoral em curso. Vitoriosos nas previas partidárias, Joe
Biden e Donald Trump lançam-se como candidatos, o primeiro postulando a reeleição,
o segundo aspirando retorno ao posto. Contra o candidato republicano pesam
acusações de suma gravidade, a mais grave das quais incriminando-o como mentor da invasão golpista
ao Capitólio, além de tentativa de alterar em proveito próprio resultado das
urnas em 2020. O ex-presidente é
condenado, por um tribunal de NY numa das ações contra ele movidas. O desempenho
de Biden no primeiro debate televisivo é considerado desastroso. Junte-se a
isso, a circunstância de ele mostrar-se fragilizado, física e emocionalmente, em
atos públicos importantes. Correligionários do Presidente candidato tornam
público o desejo de que ele se afaste da disputa por falta de condições psicológicas.
Num primeiro momento, Biden recusa-se a acatar a recomendação. Pesquisas de
opinião apontam empate técnico entre os contendores.
A campanha atingia alto
grau de efervescência, com retórica inflamada de parte a parte, quando ocorreu o
infame atentado que só por um milagre não atingiu Donald Trump mortalmente. A
convenção republicana, pouco depois, revestiu-se de pompa triunfal. A pressão
dos democratas pela desistência de Biden ganhou mais força.
A primeira parte do discurso de Trump no
conclave produziu forte emoção. A segunda parte, fortes temores. O republicano mostrou-se
mais Trump do que nunca. Atacou virulentamente os adversários, hostilizou brutalmente
os imigrantes, negou as políticas de proteção ambiental diante do aquecimento
global.
Acometido de Covid, Joe
Biden resolve aquiescer ao apelo dos companheiros, desistindo de recandidatar-se
e indicando sua vice, Kamala Harris, para substituí-lo. A indicada, mulher negra, filha de pai jamaicano
e mãe indiana, advogada, já tendo sido senadora pelo estado da Califórnia,
destaca-se como líder na área dos direitos humanos. Recebendo apoio
significativo dos principais nomes do partido democrata, deverá ser
oficializada, como candidata a presidente na convenção de agosto.
Analistas políticos consideram viável a
eleição de Kamala. Preveem, também, que Donald Trump, confirmada a hipótese, conteste
o resultado recorrendo à alegação falaciosa de eleição fraudada. A conferir...
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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