segunda-feira, 29 de julho de 2024

EUA: enredo político eletrizante.



*Cesar Vanucci

                           “Acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste”

                                                        (Joe Biden, presidente dos EUA).

 

Os olhares mundiais estão focados na corrida presidencial estadunidense. Os resultados da eleição de novembro vindouro terão reflexos pronunciados no jogo político internacional. As recentes, inesperadas e impactantes reviravoltas na marcha sucessória visando, a conquista da Casa Branca, assemelham-se com um daqueles eletrizantes filmes de ação produzidos por Hollywood em seus anos dourados.

Cuidemos de recapitular o enredo do processo eleitoral em curso. Vitoriosos nas previas partidárias, Joe Biden e Donald Trump lançam-se como candidatos, o primeiro postulando a reeleição, o segundo aspirando retorno ao posto. Contra o candidato republicano pesam acusações de suma gravidade, a mais grave das quais  incriminando-o como mentor da invasão golpista ao Capitólio, além de tentativa de alterar em proveito próprio resultado das urnas em  2020. O ex-presidente é condenado, por um tribunal de NY numa das ações contra ele movidas. O desempenho de Biden no primeiro debate televisivo é considerado desastroso. Junte-se a isso, a circunstância de ele mostrar-se fragilizado, física e emocionalmente, em atos públicos importantes. Correligionários do Presidente candidato tornam público o desejo de que ele se afaste da disputa por falta de condições psicológicas. Num primeiro momento, Biden recusa-se a acatar a recomendação. Pesquisas de opinião apontam empate técnico entre os contendores.

A campanha atingia alto grau de efervescência, com retórica inflamada de parte a parte, quando ocorreu o infame atentado que só por um milagre não atingiu Donald Trump mortalmente. A convenção republicana, pouco depois, revestiu-se de pompa triunfal. A pressão dos democratas pela desistência de Biden ganhou mais força.

 A primeira parte do discurso de Trump no conclave produziu forte emoção. A segunda parte, fortes temores. O republicano mostrou-se mais Trump do que nunca. Atacou virulentamente os adversários, hostilizou brutalmente os imigrantes, negou as políticas de proteção ambiental diante do aquecimento global.

Acometido de Covid, Joe Biden resolve aquiescer ao apelo dos companheiros, desistindo de recandidatar-se e indicando sua vice, Kamala Harris, para substituí-lo.  A indicada, mulher negra, filha de pai jamaicano e mãe indiana, advogada, já tendo sido senadora pelo estado da Califórnia, destaca-se como líder na área dos direitos humanos. Recebendo apoio significativo dos principais nomes do partido democrata, deverá ser oficializada, como candidata a presidente na convenção de agosto.

Analistas políticos consideram viável a eleição de Kamala. Preveem, também, que Donald Trump, confirmada a hipótese, conteste o resultado recorrendo à alegação falaciosa de eleição fraudada. A conferir...

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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