“Jogo proibido não passa de uma piada
de salão.”
(Antônio L. da Costa, educador).
As
atenções de diferentes segmentos da sociedade estão focadas no projeto de Lei
2234, que libera jogos de azar, proibidos desde 46. O presidente do Congresso,
Rodrigo Pacheco, informa que o assunto só será votado depois do recesso
parlamentar.
Afinal
de contas, o que temos por aqui, Brasil adentro, em matéria de jogos de
apostas?
Tem
Mega Sena, Quina, Loto Fácil e outras modalidades lotéricas? Sim, tem tudo
isso!Têm apostas esportivas, casas de pôquer, carteado com “cacifes” elevados
em clubes de lazer reservados a gente abonada? Também isso tem, em demasia! Tem
jogo de bicho, bingo, caça-níqueis, cassinos clandestinos, tudo combatido com
rigor de mentirinha? Tem sim senhor! E cassino regulamentado com complexo hoteleiro,
gastronomia requintada, espetáculos artísticos de categoria, garantindo
tributos para o Estado, muitos empregos e movimentação financeira pujante nas
regiões em que operem, tem isso também? Não, tem nada disso, não! Mas por que
não tem, ora essa? A resposta a essa intrigante pergunta tem como pano de
fundo, farisaísmo, hipocrisia, polpudos ganhos abocanhados à margem da lei. Simples
assim: o jogo é “proibido” no Brasil.
Pautado para discussão o PL permite a
“reabertura” dos jogos de apostas. A Comissão de Justiça da Câmara já analisou a
matéria, passando-a adiante. A Proposta autoriza
jogos em cassinos, bingos, jogos online, jogo do bicho, corridas de
cavalos e quejandos há mais de meio século “ilegais”. Se favorável, a
manifestação da Câmara e do Senado subirá para sanção Presidencial. O
Presidente Lula já externou a disposição de sancionar o texto. A regulamentação preconizada, envolvendo a
criação de uma agência de fiscalização especifica, absorve o que de melhor e
mais eficaz existe na experiência internacional relacionada com o mundo das
apostas. Seja frisado, a propósito, que o Brasil é, inexplicavelmente, o único
país da lista dos emergentes e dos desenvolvidos a estabelecer “óbices” à
pratica de jogos, deixando com essa “proibição de araque” de arrecadar recursos substanciosos que poderiam
perfeitamente ser carreados para o desenvolvimento econômico e social.
É chocante e
bastante conhecido o fato de que uma única cidade, Las Vegas, nos Estados
Unidos, onde se acha implantada colossal rede de cassinos e hotéis, recebe
anualmente mais turistas do que este nosso país de dimensões continentais, com
suas pujantes riquezas culturais e paisagens deslumbrantes. As estatísticas
sobre o destino das levas de turistas brasileiros que se deslocam
constantemente para o exterior revelam, por outro lado, ser considerável o número
dos que demandam centros de entretenimento ligados às atividades dos jogos de
apostas.
É grande a expectativa de que se possa voltar
em breve a ouvir em nossas estâncias balneárias: “Façam suas apostas, Senhores!”
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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