segunda-feira, 15 de julho de 2024

Jogo “proibido”

 



“Jogo proibido não passa de uma piada de salão.”

(Antônio L. da Costa, educador).

 

As atenções de diferentes segmentos da sociedade estão focadas no projeto de Lei 2234, que libera jogos de azar, proibidos desde 46. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, informa que o assunto só será votado depois do recesso parlamentar.

Afinal de contas, o que temos por aqui, Brasil adentro, em matéria de jogos de apostas?

Tem Mega Sena, Quina, Loto Fácil e outras modalidades lotéricas? Sim, tem tudo isso!Têm apostas esportivas, casas de pôquer, carteado com “cacifes” elevados em clubes de lazer reservados a gente abonada? Também isso tem, em demasia! Tem jogo de bicho, bingo, caça-níqueis, cassinos clandestinos, tudo combatido com rigor de mentirinha? Tem sim senhor! E cassino regulamentado com complexo hoteleiro, gastronomia requintada, espetáculos artísticos de categoria, garantindo tributos para o Estado, muitos empregos e movimentação financeira pujante nas regiões em que operem, tem isso também? Não, tem nada disso, não! Mas por que não tem, ora essa? A resposta a essa intrigante pergunta tem como pano de fundo, farisaísmo, hipocrisia, polpudos ganhos abocanhados à margem da lei. Simples assim: o jogo é “proibido” no Brasil.

 Pautado para discussão o PL permite a “reabertura” dos jogos de apostas. A Comissão de Justiça da Câmara já analisou a matéria, passando-a adiante.  A Proposta autoriza jogos em cassinos, bingos, jogos online, jogo do bicho, corridas de cavalos e quejandos há mais de meio século “ilegais”. Se favorável, a manifestação da Câmara e do Senado subirá para sanção Presidencial. O Presidente Lula já externou a disposição de sancionar o texto.  A regulamentação preconizada, envolvendo a criação de uma agência de fiscalização especifica, absorve o que de melhor e mais eficaz existe na experiência internacional relacionada com o mundo das apostas. Seja frisado, a propósito, que o Brasil é, inexplicavelmente, o único país da lista dos emergentes e dos desenvolvidos a estabelecer “óbices” à pratica de jogos, deixando com essa “proibição de araque” de   arrecadar recursos substanciosos que poderiam perfeitamente ser carreados para o desenvolvimento econômico e social.

É chocante e bastante conhecido o fato de que uma única cidade, Las Vegas, nos Estados Unidos, onde se acha implantada colossal rede de cassinos e hotéis, recebe anualmente mais turistas do que este nosso país de dimensões continentais, com suas pujantes riquezas culturais e paisagens deslumbrantes. As estatísticas sobre o destino das levas de turistas brasileiros que se deslocam constantemente para o exterior revelam, por outro lado, ser considerável o número dos que demandam centros de entretenimento ligados às atividades dos jogos de apostas.

 É grande a expectativa de que se possa voltar em breve a ouvir em nossas estâncias balneárias: “Façam suas apostas, Senhores!”

                         

                            Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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