" Venezuela
não é uma democracia” (Ministra Marina Silva)
O que todos temiam não deixou de acontecer.
Maduro mostrou-se fiel ao seu instinto caudilhesco. Montou descomunal farsa
eleitoral, criando condições inimagináveis para permanecer à frente dos
destinos de sua “República Bolivariana” por mais 6 anos. Com as manobras
engendradas no curso da disputa presidencial e da apuração escancarou de vez seu
malévolo propósito de chutar pra escanteio os protocolos firmados no “Acordo de
Barbados”, que garantia a realização de eleições legitimas com participação
livre das forças da oposição venezuelana. O acordo foi celebrado em outubro de
2023, com referendo da Noruega, Brasil e EUA.
Impactando negativamente a comunidade
internacional, o Conselho Eleitoral da Venezuela, diretamente vinculado a
Maduro, proclamou antes do termino da votação sua vitória, diplomando-o poucas
horas depois e fazendo ouvidos moucos aos protestos e indignação da oposição e
de parte majoritária da população do país. Os contendores do Caudilho alegam que
os resultados do prélio, segundo mapas parciais da apuração por eles obtidos,
apontam vitória esmagadora do candidato Edmundo Gonzalez. Todas essas
circunstancias, acrescidas de robustas evidencias de cerceamento da liberdade
de voto para parte do eleitorado, intimidações e prisões de adversários produziram
manifestações intensas de reprovação mundo a fora. O clamor só fez crescer à
vista dos panelaços ininterruptos, das concentrações populares, da repressão policial violenta com dezenas de mortos e feridos, com centenas de pessoas
recolhidas a presídios e sequestros de líderes oposicionistas, além de iradas falas
do tirano acusando os oponentes de haverem tramado golpe de estado.
A relutância do governo brasileiro em admitir
a anômala situação política reinante na Venezuela vem causando desconforto e
preocupação, dentro e fora do país. A princípio, o presidente Lula fixou, como
condição basilar para reconhecer a legitimidade da eleição, a apresentação das
atas de votação, obviamente chanceladas por organizações idôneas. Governos de
outras nações adotaram posição assemelhada. Até o momento em que estas
considerações estão sendo alinhavadas, a entrega das atas ainda não se efetivou,
embora decorrido o prazo de 72 horas estipulados pelos próprios dirigentes
venezuelanos. Nesse meio tempo, ocorreram muitos outros fatos relevantes. Entre
eles, a intempestiva mensagem de felicitações do PT a “vitória eleitoral”. Em contra partida, o Centro
Carter, órgão respeitado na área dos direitos civis, afirmou que o pleito não
pode ser considerado democrático.
Resumindo o papo, com muita água ainda a
correr por baixo da ponte: A eleição foi fraudada; Maduro quer eternizar-se no
poder; é forte a indignação no mundo democrático com relação ao que anda
acontecendo; a posição brasileira na candente questão deixa muito a desejar.
Um comentário:
Palmas para o Jornalista que expõe, com coragem, seu ponto-de-vista, baseado na Verdade e em fatos!
Gostei.
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