sábado, 10 de agosto de 2024

Os atos e as atas de Maduro

 


 

*Cesar Vanucci


“Temo por guerra civil”.(Embaixador Celso Amorim)

 

Decorridas duas semanas da eleição, Brasil, México e Colômbia continuam à espera das atas autenticadas prometidas por Maduro. Bem avaliadas as circunstâncias, vão esperar sentados, como se diz em papo de rua.

O caudilho de Mira Flores não tem como atender a exigência. Já chegou a limite insuportável em sua habilidade de engabelação. E, convenhamos, trazer a público, a esta altura do campeonato, algum documento forjado é despudor demasiado, até mesmo para o dito cujo.

De outra parte, o prazo para as “explicações” não pode estender-se indefinidamente. O elástico da tolerância já foi espichado demais da conta. O Brasil e parceiros dessa demanda, apoiada por numerosas nações do bloco democrático terão que assumir com brevidade, posição formal de distanciamento do personagem que controla com punhos de ferro a desditosa Venezuela destes dias. Recriminado com veemência pelas lideranças democráticas, por conta de seus gestos de desrespeito flagrante e cruel aos adversários políticos e à vontade soberana de seu povo demonstrada nas urnas, o déspota conseguiu a façanha de produzir formidanda crise numa versão política com timbre de “samba do crioulo doido”. Pois não é de se ver que das críticas no plano interno ao seu desvairado comportamento participa também o próprio partido comunista venezuelano! E o que não dizer da incrível alegação por ele formulada pouco depois da açodada proclamação de sua “insofismável vitória”, de que o processo da apuração de votos sofreu violento ataque de “hackers”, provindo de onde mesmo? Da Macedônia do Norte, como “explicou”,  com a cara mais deslavada.

Seja ressaltado que a fraude eleitoral por ele perpetrada recebeu manifestações de apoio, no concerto mundial exclusivamente de países onde predominam regimes autoritários, a saber: Rússia, China, Cuba, Nicarágua, Turquia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Coreia do Norte. E agora? O que vem adiante? Aventada, por traquejados analistas da cena geopolítica, como saída diplomática para o impasse, a hipótese de um novo pleito, monitorado pela ONU e OEA, afigura-se de quase impossível efetivação.

A explosiva encrenca venezuelana ainda está longe do epilogo. A balburdia provocada pelos atos antidemocráticos de Nicolás, prendendo e matando adversários, cerceando as liberdades, afrontando os direitos humanos, os atos do caudilho- repita-se - somados à confusão das atas vaticinam  tempos bastante conturbados para o país vizinho com consequências desagradáveis para todo o continente americano.

 2) Ditadura - A ditadura da Nicarágua, comandada por Daniel Ortega, responsável por toda sorte de violências contra as liberdades públicas e os direitos fundamentais, agregou mais um desatino aos desmandos continuamente cometidos. Expulsou a embaixadora brasileira no país sob a alegação de que a mesma não compareceu à comemoração do 40* aniversário de sua chegada ao poder.

 

             Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

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