quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Eleições, primeiro turno.



*Cesar Vanucci

“A eficiência da Justiça Eleitoral permitiu que o brasileiro fosse dormir no domingo já sabedor dos nomes dos eleitos.” (Domingos J. Pinto, educador)

 


O Brasil viveu outro momento eleitoral memorável. Nas linhas gerais, a festa cívica de 6 de outubro reafirmou o inarredável compromisso da Nação com os sagrados postulados democráticos e republicanos. À Justiça Eleitoral tocou, uma vez mais, a impostergável missão de garantir a eficácia do processo de captação e apuração, em tempo recorde, dos votos depositados nas urnas por mais de 120 milhões de cidadãos. O eleitor pode expressar com plena liberdade sua vontade política. A manifestação refletiu salutarmente tendências ideológicas variadas, respeito a diversidades numa atmosfera de maior serenidade, sobretudo se tomarmos como referência as tensões criadas pelo desvario extremista em 2022.

Na disputa regional mais comentada, que atraiu todas as  atenções, ocorreram incidentes perturbadores. Os fatos registrados na corrida pela prefeitura de SP deixaram à mostra o despreparo e a mediocridade de um “carreirista político” que se apresentou como implacável “crítico” do sistema vigente. A ação inescrupulosa do “coach messiânico” Pablo Marçal, com o indisfarçável propósito de bagunçar o coreto na 25ª h. da campanha, representou o ponto fulminante de uma série impactante de sandices. Afortunadamente, as urnas afastaram o personagem do 2° turno. A expectativa agora é de que o grave ato delituoso seja devidamente enquadrado nos conformes legais de maneira a desencorajar novas tentativas que possam medrar dos domínios pantanosos do fanatismo e negativismo.  

Os resultados das eleições forneceram material abundante para especulações por parte dos analistas políticos. A quantidade de prefeituras conquistadas pelas diferentes legendas partidárias está no foco do interesse dos debates sobre quem mais vezes “subiu ao pódio” na competição. O PSD, liderado por Gilberto Kassab, obteve quase 900 prefeituras. Com o feito desbancou o MDB da primeira posição na classificação partidária ostentada desde a redemocratização. Firmou-se como agremiação de Centro de presença destacada no cenário político. O MDB, o PP, a União Brasil, o PR e o PL tiveram também participação expressiva na pugna eleitoral. A participação do PT, apesar de haver ampliado o numero de prefeituras, foi bastante discreta na disputa. O PSDB e o PDT não marcaram presença na contenda, ao contrário do que sucedia num passado não tão distante.

O 6 de outubro assinalou  a chegada ao cenário político nacional de novas lideranças que, bem provavelmente estarão frequentando o noticiário  como candidatos a cargos de relevância em eleições vindouras. Sejam citados, num contingente mais amplo de nomes, 3 deles: Eduardo Paes, RJ; João Campos, Recife; Bruno Reis, Salvador. Outra constatação, sem dúvida alvissareira: cresceu o numero de prefeitas. Interessante anotar que em 3 dos municípios mineiros de maior concentração de eleitores, ocorreu a recondução de mulheres ao cargo de gestora pública.  Uberaba, Juiz de Fora e Contagem.  

Jornalista (cantoius1@yahoo.com.br)

Vitalidade democrática

 

 

*Cesar Vanucci


“Democracia sai sempre revigorada de uma eleição” (Antonio Luiz da Costa, Educador)

 



O óbvio ululante: eleição livre é prova de vitalidade democrática. Cada pleito programado constitui uma clareira de esperança nos trepidantes caminhos dos avanços civilizatórios. Representa momento de efervescência criativa para a exposição do ideário político, em suas múltiplas tendências, uma “ensancha” “oportunosa” para debates e diálogos capazes de fornecerem subsídios para a decisão dos eleitores no isolamento da cabine indevassável de votação. Os democratas autênticos celebram a eleição como uma festa cívica memorável. Confiam fervorosamente no processo. Sabedores das imperfeições que nele se alojam, subproduto da falibilidade humana, veem no escrutínio eleitoral um sopro de esperança renovado de tempos em tempos.

Mas, desafortunadamente para os nossos foros de cidadania, há um bocado de gente que, sub-reptícia ou escancaradamente, hostilize os postulados  democráticos. Não concordam com as regras constitucionais e jurídicas que freiam ambições de mando autoritário. Na campanha eleitoral de 2022 deparamo-nos, constrangidos e indignados, com demonstrações desse estado de espírito subversivo que domina grupelhos com medíocre compreensão da vida e da ciência política.  As sede dos 3 Poderes foram atacadas. Rodovias foram bloqueadas. Grupos de pessoas na frente de unidades militares pediam a instauração de ditadura. Inverdades clamorosas sobre a legitimidade do pleito foram impatrioticamente propagadas, até para uma plateia atônita de Embaixadores. Só por um triz não explodiu uma bomba no aeroporto de Brasília. A ação antidemocrática estendeu-se por muitos outros lances chocantes sabidos e notórios. A reação das forças vivas da Nação, envolvendo Governo, Judiciário, Congresso, lideranças civis e militares e de outros segmentos representativos da vida nacional, estabeleceu um magnífico “chega prá lá” nos semeadores do ódio e da discórdia, transmitindo alto e bom som o quanto a Democracia está enraizada no sentimento das ruas. O Brasil disse o que quer de uma eleição.

A corrida eleitoral de agora está sendo acompanhada com zelo e atenção pelos verdadeiros democratas, que se sentem, falar verdade, injuriados diante do clima de tensão propiciado em disputas que ocorrem em alguns ambientes turbulentos. O melhor (ou seja, pior) exemplo vem da mais importante cidade do país, maior metrópole da America Latina, com população superior a de vários países. Entre tapas, golpes abaixo da cintura, cadeiradas e uma pororoca de infâmias, os debates acontecidos se primaram pela total ausência de ideias e propostas. Deixando a opinião publica estarrecida. No meio da barafunda despontou um candidato, um vulgar “cover” - todo mundo sabe de quem – com pretensões a escalar postos mais elevados na cena política a qualquer custo. Que nossa Senhora  Aparecida ilumine os paulistanos na hora do voto.  

  Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

A SAGA LANDELL MOURA

Eleições, primeiro turno.

*Cesar Vanucci “A eficiência da Justiça Eleitoral permitiu que o brasileiro fosse dormir no domingo já sabedor dos nomes dos eleitos.” (...