quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Barba, cabelo e bigode

 


 

*Cesar Vanucci

“Temos que acatar, na democracia, ponto de vista diferente do nosso.” (Barak Obama, ex-presidente EUA)

 

 

Uberaba, Triângulo Mineiro, idos de 50. O PTB, de Mário Palmerio, comemora retumbante trinfo eleitoral. Conquista cadeiras na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. Ganha a parada para Prefeito, vice, Juiz de Paz e suplente, compondo ainda solida maioria na Câmara de Vereadores. Dirigindo-se aos eufóricos correligionários, o famoso escritor – parlamentar, frisando bem cada palavra, brada: “Um feito extraordinário, fizemos barba, cabelo e bigode!” A frase foi entusiasticamente difundida, nas prosas de rua, como refrão, pelos Petebistas.

Esta referencia acode-me à memória velha de guerra no memento em que me inteiro dos resultados da corrida presidencial nos Estados Unidos. Contrariando os prognósticos dos analistas políticos e institutos de pesquisa, que garantiam disputa renhida, Donald Trump levou a melhor com espaçosa vantagem sobre a oponente, Kamala Herris. Os números se inclinaram, desde o começo das apurações, pela candidatura republicana, com tal ímpeto que em curto espaço de tempo pôde-se configurar, inapelavelmente o desfecho da pugna.

 O retorno de Donald Trump à Casa Branca suscita, obviamente, especulações de toda sorte. Como é sabido, o ex e, agora, futuro exercente do mais importante cargo da geopolítica contemporânea foi indiciado pela Justiça em mais de 30 processos. Entre eles, seguramente o de maior gravidade diz respeito à invasão do Capitólio, insuflada pelo então presidente, numa tentativa golpista. O episódio cabe relembrar, provocou várias mortes, feriu pessoas e levou muitos invasores à prisão. Qual poderá vir a ser a reação das instituições democráticas dos EUA na hipótese do Poder Judiciário aplicar punição ao chefe do poder executivo? E quanto aos demais processos em andamento?

 Em sua plataforma como candidato Trump criticou com veemência a postura do presidente Joe Biden nas guerras do Oriente Médio e Ucrânia, assegurando que iria por fim as mesmas antes mesmo da posse. Outra questão crucial levantada em seus pronunciamentos envolve milhões de imigrantes em situação irregular. Prometeu deportar todos eles. Palavras dele: “Os imigrantes estão envenenando o sangue de nosso país”! A propósito afirmou que irá exigir do governo mexicano o fechamento hermético da zona fronteiriça entre dois países.

O anuncio da vitória de Trump repercutiu na movimentação das Bolsas de Valores no mundo inteiro. O dólar disparou. Os produtores de bens de consumo ligados à exportação se perguntam quais serão os efeitos em seus negócios caso se efetive realmente a aplicação de sobretaxas nas importações feitas pelo mercado norte americano.

A agenda ambiental é motivo de séria preocupação global. Em seu primeiro mandato, Trump assumiu iniludivelmente negacionista.

Tudo isto nos coloca como espectadores de um capitulo muito importante da História.

Jornalista (cantonius1@yahho.com.br)

 

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