*Cesar
Vanucci
“2024 está sendo o ano mais
quente da história”(Declaração da ONU)
A
Conversão do Clima no Azerbaijão desdobrou-se num “clima” de apreensões. As
incertezas e interrogações brotaram do que pode ser chamado de “efeito Trump”.
Como sabido, o presidente eleito dos EUA não reconhece o “efeito estufa”.
Considera as mudanças climáticas fenômeno natural cíclico, “coisas de cientistas
malucos”, insuflados por comunistas e pessoas comprometidas com uma Nova Ordem
Mundial... Em assim sendo, não fica difícil perceber que os caminhos a
percorrer pelos ambientalistas, do Azerbaijão até Belém do Pará, serão
tremendamente tempestuosos. O Governo Biden recolocou a questão ambiental em
pauta prioritária, reafirmado apoio ao “Tratado de Paris” do qual seu país
havia se retirado na gestão anterior. Enquanto isso, no giro do mundo, que
ignora os conchavos de seus desnorteados mandatários, os eventos climáticos
continuam assombrando diferentes paisagens, do Rio Grande do Sul a Valencia, na
Espanha e daí em frente. Seja mencionada, a propósito, a insólita manifestação
dos representantes da Argentina, dias atrás, em reunião preparatória para o
encontro do G20, a ser realizado ainda este mês no Rio de Janeiro. Em
dissonância com os demais porta-vozes dos governos participantes do conclave,
os emissários do bizarro presidente Milei negaram-se a assinar proposição
relativa a salvaguardas que carecem ser adotadas no enfrentamento das bruscas
alterações climáticas. O argumento da recusa seguiu a mesma linha das alegações
volta e meia transmitidas por Trump. Paralelamente às perspectivas
desfavoráveis acima anotadas a ONU anunciou a iminência de novas catástrofes
climáticas provocadas pela concentração de gás carbônico na atmosfera, revelando
que o ano de 2024 está sendo considerado o mais quente da história, desde o
começo da chamada era industrial.
2)
A autêntica vivência democrática comporta atos que se pode chamar de litúrgicos.
A recente corrida presidencial estadunidense, ao contrario do que sucedeu no
pleito anterior, foi auspiciosamente marcada por lances desse gênero. Menos de
24 horas transcorridas do inapelável veredito das urnas, o presidente Joe Biden
e a candidata derrotada Kamala Harris já haviam reconhecido os resultados e
estabelecido contatos com o Donald Trump, cumprimentado pela vitória e oferecendo-lhe
todos os préstimos para uma harmônica transição governamental. Mais: Biden
convidou o casal Trump para um encontro na Casa Branca de modo a inteira-lo de
questões relacionadas com a transferência do poder. Os de boa memória haverão
de recordar que, quatro anos atrás, a mudança aconteceu em meio a chuvas e
trovoadas, com invasão do Capitólio e contestação espalhafatosa dos números da
votação. Aliás, cá pros nossos lados andou rolando, deploravelmente macaquice
assemelhada.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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