quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

O natal é dos corações fervorosos

 


                                                                                     Cesar Vanucci*

 

 

"Natal. Apagam-se as luzes, acendem-se as esperanças”. (Eva Reis)

 


O Natal é, por excelência, a época que melhor se identifica com o conceito ideal de vida proposto por Akira Kuruosawa, quando fala do “mundo invejável dos corações fervorosos”. O cineasta, sem propósito preconcebido, de vez que emprega a harmoniosa expressão num contexto cultural não influenciado pelo sentimento dominante nas celebrações natalinas, confere ressonância humanística à mensagem de definitiva beleza que chega do fundo e do alto dos tempos. A transcendência desta mensagem abrasa os corações e concita as criaturas de boa vontade a se empenharem na construção de um mundo melhor.

Como conceber, com os olhos da esperança, esse mundo invejável? Ele será, seguramente, povoado de amor fraterno e não de ódio destruidor, de apaixonante solidariedade social e não de desapiedado utilitarismo. De justiça removedora de desigualdades e não de injustiça que só faz aguçá-las. De contemplação ecumênica e democrática dos contrastes de opinião das ruas e não de imposição autoritária própria de ambientes dominados por doutrina política única e pensamento religioso sectário. De crença nos valores garantidores da dignidade e não de desprezo solene a preciosos dons humanos, em nome de posturas desagregadoras. Não fosse tudo isto tradução fiel das condições de vida imaginadas em sua peregrinação de amor pela mais sábia e poderosa das criaturas, o Deus que há 2024  anos se fez carpinteiro.

A realidade impiedosa de nossos tempos mostra que a distância do alvo a atingir, na aspiração dos corações fervorosos, é de anos-luz. Muitas as estruturas da convivência humana em estado de desarranjo. Esquecida das lições do saber eterno, a humanidade tem avançado celeremente na edificação de um mundo mecanicista, onde a tecnologia assume, na encruzilhada de decisões cruciais, caminhos de duvidosa eficácia para a promoção humana. O exemplo é contundente e não é único. A desintegração do átomo é enxergada pelas lideranças como instrumento de destruição, não de construção. Percebe-se mundo a forma, Brasil incluído, que as políticas econômicas relegam a plano inferior a amplitude humana e os aspectos sociais. Vem sendo esquecida a lição singela de que o homem é o princípio, meio e fim de tudo. Não existe para servir à política ou à economia. O inverso é o correto.

A sabedoria cristã – o mesmo se pode dizer de outros saberes religiosos – orienta o ser humano no sentido de que se apegue a um ponto de equilíbrio, em meio às naturais discordâncias provocadas pela efervescência intelectual, inerente à vida. Essa busca pressupõe o domínio da serenidade. É reveladora da incompatibilidade visceral da mensagem cristã, ou espiritual, com as posições extremadas e fanatizadas. Isso tudo remete, na idealização de um mundo melhor, mais justo e generoso, à necessidade de se dar à técnica uma feição humana, de se fortalecer os avanços econômicos com a ampliação dos benefícios sociais, de se estabelecer cooperação com a natureza, em vez de desbaratar as dádivas deixadas por Deus no solo e subsolo deste planeta azul.

 Um Feliz Natal para todos nós!

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com)

A Presença de José Costa

 



*Cesar Vanucci


“A minha escola foi a escola da vida, do trabalho”. (José Costa)










Bastante concorrida, pródiga em vibrações positivas e em conteúdo humanístico: assim pode ser descrita, resumidamente, a sessão festiva da outorga do 9° “Prêmio José Costa” a personalidades e instituições reconhecidamente compromissadas com o bem comum e envolvidas em práticas que levem à construção de um futuro justo e sustentável para a sociedade.

Transcorrido no majestoso auditório do BDMG, o ato foi patrocinado pelo “Diário do Comercio”, com apoio de outras conceituadas organizações. O tema da premiação, “Colaboração: dando a palavra ao futuro”, foi abordado profusamente em pronunciamentos acompanhados com vivo interesse pela plateia, altamente representativa dos círculos econômicos e culturais das Gerais. 

 Não ouve quem não se comovesse no curso da programação, quando se fez ouvir - timbre, cadência, inflexão perfeitos - a voz de Jose Costa, encharcada de esperança, proclamando ideias nascidas de incomum sabedoria, descortinando o futuro. Recriada impecavelmente pela inteligência artificial, a mensagem transmitiu duradoura sensação da presença do fundador do DC no recinto, já não tivesse essa circunstancia sido intuída, por muitos, sob a ótica da espiritualidade. 

 Faço questão, agora, de reproduzir, pela oportunidade de que se revestem, considerações alinhadas, algum tempo atrás, sobre o grande companheiro Costa. A repetição, conforme asseverava Napoleão, é sempre a melhor retórica.

Ministro da palavra social, JC soube imprimir à profissão abraçada claro sentido missionário. Jamais abriu mão dos valores que fazem da nobre atividade imprescindível instrumento de afirmação da dignidade humana.

Anos a fio, acompanhei de perto as empreitadas em que se atirou como jornalista, empresário, dirigente classista e líder maior do movimento leonístico. No punhado de coisas que tocou, todas ao mesmo tempo em diversificadas frentes de atuação, projeta-se indiscutível sua identificação com o sentimento nacional. Não se detinha diante de desafios que, para muita gente, no correr do processo da construção humana, afiguravam-se problemas complicados, até mesmo insuplantáveis. Homem à frente de seu tempo deixou as marcas digitais em campanhas memoráveis de cunho desenvolvimentista, com reflexos sociais perenes. Nas páginas do vibrante jornal que criou, nas tribunas das entidades classistas frequentadas com exemplar assiduidade, espalhou inabalável fé e confiança no país e em sua gente.

Não há como falar na trajetória de lutas e conquistas do DC, celebrar as crenças e ideais cultivados pelos que o sucederam na prática de um jornalismo comprometido com belas causas de interesse comunitário, sem lembrar a altiva, jovial, austera e paradigmática figura do Costa.

Pra encurtar razões: já não se faz mais José Costa como antigamente. Perdeu-se a receita.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

A baita encrenca Síria

 

 Cesar Vanucci


“A Síria está uma bagunça, 

     mas não é  nossa amiga', 

(Trump sobre avanço rebelde)








Mohammed al-Jolani 



A saída de cena de um ditador cruel, caso sem tirar nem por de Bashar al-Assad, deposto por uma frente de forças políticas bastante  heterogêneas, várias delas de feição radical, levanta uma certa sensação de alívio em redutos democráticos. Mas, paralelamente a isso, produz indisfarçável receio, quanto às incertezas do que poderá vir acontecer na convulsionada Síria daqui para adiante.

O porta-voz do grupo insurreto, Abu Mohammed al-Jolani, de nacionalidade síria, garantiu em seu  primeiro pronunciamento,  ser intenção dos vitoriosos, estabelecer, prioritariamente, um clima de pacificação geral. Asseverou que não haverá represálias, nem perseguições a adversários, com respeito absoluto aos direitos civis e crenças das múltiplas correntes ideológicas, religiosas e políticas, que povoam o país.  Uma das medidas tomadas pelos novos detentores do poder foi a libertação de todos os presos políticos, o que deu causa a ruidosas manifestações de jubilo nas ruas.

O mundo inteiro vem acampando o farto noticiário a respeito da queda do tirano Assad.  Tomou conhecimento de seu exilo com familiares na Rússia. As atenções da opinião publica internacional se voltam também, como é obvio, para os movimentos da coalizão que assumiu comando político sírio e que, por anos a fio enfrentou o despótico regime, ou seja, a “dinastia” Assad que, passada de pai para filho, reinou por meio século.

Observadores categorizados da geopolítica mundial confessam-se sem condições, nestes instantes prefaciais da nova ordem política no conturbado território, de prever, com exatidão, os rumos dos acontecimentos. Perguntam-se: A proclamação de fé no futuro democrático da região será mesmo pra valer? As dúvidas procedem. Como olvidar situações bem problemáticas que se abrem a um exame cauteloso dos fatos, envolvendo posicionamentos defendidos em passado recente por integrantes das facções alçadas ao poder? O líder Jolani, por exemplo, pertenceu aos quadros do Estado islâmico, foi membro Al-Qaeda, teve seu nome e foto estampados em cartazes, distribuídos pelo exercito americano no Iraque sendo acusado de terrorista. A “organização de Libertação do Levante” de que faz parte, é acusada de ações terroristas pela própria ONU. As facções parceiras não escondem seu caráter "jihadista. Noutras palavras: são originárias do radicalismo islâmico.

 Tudo quanto exposto deixa evidenciado – vamos repetir – um cenário de incertezas, alimentadas ainda pela circunstancia de as facções agrupadas possuírem orientações políticas diferenciadas que já deram causa a hostilidades entre si. São justificados os temores acerca de manobras inesperadas dos integristas religiosos. “A Síria é uma bagunça”, como diz Trump.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Três temas palpitantes

 


 

*Cesar Vanucci

“A policia de SP virou caso de polícia” (Antônio Luiz da Costa, Educador)

 

1) Primeiro foi o advogado do ajudante de ordens. Mesmo tentando, mais tarde, de forma nada convincente, desdizer o que disse na entrevista da televisão, acabou admitindo que a delação premiada  do Coronel Cid confirmou Ipsis litteris  aquilo que o inquérito da PF sustenta  quanto à participação do ex- Presidente Bolsonaro na conspiração. Ao depois, foi a vez do advogado do próprio, também entrevistado pela tevê.  Deixou subentendido que seu cliente, a par da trama que vinha rolando, recusou-se, como “bom democrata”, a participar das ações articuladas por colaboradores mais graduados, homessa! Não deu outra. Conforme apuração de bastidores, feita por jornalistas experimentados, a manifestação reverberou negativamente em círculos bem próximos a Bolsonaro, que divisaram na estratégia delineada para a defesa do ex-mandatário o propósito solerte de jogar no colo dos auxiliares a culpa pelo complô desmascarado. Já há quem esteja supondo, a esta altura dos acontecimentos que o Coronel Cid, no final das contas, não será o único a contar o que sabe...

 2) Revela-se indisfarçável a tenaz resistência oferecida por contingente significativo de integrantes do Congresso à exigência de transparência e rastreabilidade na tramitação das emendas parlamentares. Tal procedimento vem suscitando fortes críticas e condenações em amplas camadas da sociedade. A Democracia estabelece, como regra irremovível, que a aplicação dos recursos públicos seja ordenada com clareza solar. Sem essa, por tanto, de inventar subterfúgios inconsistentes que possam alterar o ritmo normal das coisas, permeando de sombras e duvidas projetos e realizações concebidos no interesse da coletividade. Como recomenda o STF, é preciso acompanhar com rigorosa atenção do começo ao fim todas as etapas das obras contempladas com emendas instituídas por senadores e deputados, no uso de suas prerrogativas constitucionais.    

 3) Um fator preocupante na momentosa questão da insegurança pública que sacode São Paulo, com reflexos no resto do país, é paradoxalmente a forma de agir da segurança pública. Ação truculenta, de não raro em raro, letal, provoca sobressalto e atemoriza a população. O ininterrupto desfile de cenas emblemáticas, registradas nas tarefas atribuídas a despreparados agentes policiais, atingiu o ápice do desatino com lance do cidadão arremessado num córrego do alto de uma ponte. O inimaginável procedimento ocorreu sob os olhares acumpliciados de 12 outros agentes fardados, sem que nenhum deles dissesse qualquer coisa ou fizesse qualquer gesto no sentido de obstaculizar o bárbaro ato. O espanto provocado por essa e outras brutais ocorrências do mesmo naipe levou o corregedor dos órgãos de segurança a reconhecer publicamente que “a PM de SP está fora de controle”.

  Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Brasil, PIB e inflação.



 

*Cesar Vanucci

“PIB acima do esperado é boa notícia ”(Domingos Justino Pinto, Educador)

 

O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma área geográfica num determinado período. Dá conta da dinâmica econômica de um país, apontando seus índices de desenvolvimento. Conceitualmente, podemos relacionar o PIB, de modo geral, com a ascensão da economia.  Toda via o destaque assegurado por um PIB mais robusto no cotejo entre países não significa, necessariamente, qualidade de vida superior. Noutras palavras: uma nação pode ser detentora de PIB mais avantajado sem que ofereça aos seus habitantes bem estar social comparável ao de outra nação de PIB menor.

Essas considerações chegam a propósito de relatório recentemente do FMI contendo estimativas sobre o comportamento das 50 maiores economias do mundo. Ostentando a posição de maior realce na America do Sul, o Brasil deve se manter na 10° classificação da lista dos países avaliados, com base em levantamentos econômicos referentes a 2024. O crescimento anual brasileiro deve ser superior a 3,5 por cento, índice considerado muito bom nas análises técnicas.

 Com PIBs inferiores ao do Brasil colocam-se, entre outros, os países abaixo mencionados: Rússia, Austrália, Portugal, Espanha, México, Holanda, Suíça, Arábia Saudita, Egito, Dinamarca, Emirados Árabes e Argentina. O valor calculado para o PIB brasileiro em 2024 é de 2,19 trilhões de dólares equivalendo a mais de 13 trilhões de reais. No topo da relação dos países estão os Estados Unidos com 29,17 trilhões de dólares, seguido pela china com 18, 27 trilhões de dólares.  Na sequencia vêm Alemanha, 4,7 trilhões; Japão, 4 trilhões; Índia, 3,98 trilhões; Reino Unido, 3,59 trilhões; França, 3,17 trilhões. Na faixa dos 2 trilhões de dólares posicionam-se,  ligeiramente acima do Brasil, a Itália, 2,38 trilhões e o Canadá, 2,21 trilhões.

Complementando esses dados econômicos, analistas do mercado financeiro são de parecer que o crescimento brasileiro será, no ano em curso, mais forte do que se esperava. Tomando por base o confronto dos resultados concernentes a setembro de 2023 e setembro de 2024 a taxa de elevação do PIB é ainda maior, chegando a 4 por cento, superando todas expectativas.

Volvendo o olhar para o comportamento inflacionário, as previsões econômicas apontam índice provável de 4.46 por cento, quanto ao Brasil, o que significa acréscimo 0,04 por cento com referencia a 2023. Entre os países do G20, México e Holanda apresentam índices assemelhados aos nossos. Índia, 6,21 por cento; Turquia, 47,09; Rússia, 8,05; Argentina, 193 por cento figuram na relação do mesmo grupo com os índices mais avultados. Com menores taxas aparecem: China 0,3; Suíça 0,7; França 1,3; Itália 1,4; Alemanha 2,2; Inglaterra 2,3; Espanha 2.4; EUA 2,6 por cento.

 

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

 

Deu mesmo a louca

 


 

*Cesar Vanucci

 

O alvo era minar a confiança na democracia, fabricar o ‘clamor popular’ e legitimar o golpe”. (Jornalista Mirian Leitão, sobre o inquérito da PF).

 

Deu mesmo a louca nos arraiais golpistas. Já quase soterrados pela avalancha de provas levantadas pelo inquérito da PF, os implicados na trama antidemocrática socorrem-se de estapafúrdios argumentos para explicar o inexplicável. A tal historia: Tinha cara de leão, juba de leão, garra de leão, cauda de leão, dentes de leão, focinho de leão, pelo de leão, jeito de leão, apetite de leão, rugido de leão, mas não era leão. Noutras palavras: tinha jeito de golpe, cheiro de golpe, sabor de golpe, formato de golpe, minutas de golpe, aspecto de golpe, plano de golpe, núcleos de golpe, estrutura de golpe, mas não era golpe...

A linha de raciocínio seguida pelos indiciados, na tentativa de se defenderem, chega a ser tosca, pra dizer o mínimo. É de jeito a cobrir de rubor o semblante de uma efígie de pedra sabão, quanto mais as caras de pau da patota sediciosa.  A conclusão do relatório da PF impacta: “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado democrático de Direito”.  A PF registra também que o golpe só não se consumou em sua integralidade por circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro, no caso a posição resoluta dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, que permanecerem fiéis aos valores que regem o Estado democrático, não cedendo às pressões palacianas.

Vamos e convenhamos, sustentar, à claridade solar, a marota tese de que todo este colosso de evidencias conspiratórias, compreendendo até assassinatos de autoridades, haja sido concebido em rigorosa sintonia com os marcos legais das “quatro linhas” constitucionais é zombar demais da conta da credulidade e inteligência da gente do povo. A opinião pública brasileira aguarda, ansiosa, os capítulos vindouros dessa trama sinistra.

A jornalista Mirian Leitão acerta em cheio no alvo ao resumir esplendidamente a historia cabulosa que o Brasil inteiro, em estado de perplexidade, está vivenciando: “A mentira era o primeiro pilar. O alvo era minar a confiança na democracia, fabricar o ‘clamor popular’ e legitimar o golpe”.

 

2) Acredite se quiser. Difícil acreditar. Uma dessas notícias que parecem ser fabricadas com a finalidade de confundir, embair as pessoas. Mas, deploravelmente o fato é real. Acatando proposta do Executivo a Assembleia Legislativa de SP, por ampla maioria de votos, aprovou reduzir de 3% para 2,5% os gastos com Educação no território paulista. Isso aí...

 

                               Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

Corte de gastos, super salários e emendas.



 

*Cesar Vanucci

“As medidas consolidam o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal” (Ministro da Fazenda Fernando Haddad)

 

O governo, um tanto eufórico, classifica a medida de extraordinária. O mercado, costumeiramente de mau humor, discorda. Afirma que o pacote sobre corte de gastos não corta suficientemente os gastos, de modo a que se possa atingir o equilíbrio orçamentário tão almejado. Muitas as dúvidas levantadas quanto á eficácia do modelo proposto. Uma delas mira as despesas com remuneração dos agentes públicos dos “andares das coberturas”. Os valores pagos superam, aí, por inverossímil que pareça o teto constitucionalmente fixado, estipulado hoje em 44 mil reais, obviamente sem penduricalhos. Outra questão relevante também suscita ceticismo quanto à obtenção de resultados positivos nessa empreitada do “pacote fiscal”. Diz respeito a exagerada soma de recursos utilizados nas  emendas parlamentares. Houvesse, da parte dos senadores e deputados, dose maior de boa vontade no sentido de apontar soluções mais consentâneas com a realidade social e política, parcela substanciosa do dinheiro reservado ás emendas poderia perfeitamente compor o contingenciamento de gastos. Seja como for, tendo em vista que a busca do equilíbrio orçamentário figura na pauta dos debates políticos levados ao Congresso, é importante agora que todos os setores interessados na solução satisfatória do tema se empenhem afundo em diálogos proveitosos, trocas de experiências, sugestões que possam favorecer desejáveis consensos. O que está em jogo consulta em muito o interesse da sociedade, em seus justos anseios de bem estar e desenvolvimento.      

 2) Carrefour -  E não é que na França, de repente, ocorreram manifestações inamistosas com relação ao Brasil pelo fato de os produtos de origem animal exportados pelo nosso competente agronegócio serem de qualidade reconhecidamente imbatível? Aconteceu assim: Fazendo couro com grupos que se opõe ao acordo comercial do MERCOSUL com a União Europeia, o presidente do conglomerado multinacional Carrefour, Alexandre Bompard afirmou, num momento de desvario que a carne Brasileira não atende as exigências e normas sanitárias de seu país. A diatribe cometida acendeu o estopim de uma reação em cadeia formidável. Juntos, governo, parlamento, diplomacia, entidades classista, exportadores, empresários da área alimentícia, meios de comunicação, outros setores representativos da sociedade repeliram, de pronto, com toda veemência a descabida manifestação. Frigoríficos tomaram a deliberação de suspender o fornecimento de carnes à rede de Lojas Carrefour que opera no território Nacional. Não deu outra: o CEO chamado às falas desfez em pouquíssimas horas a tremenda asneira. Encaminhou carta de desculpas retratando-se em termos considerados satisfatórios, dando por findo o incidente.

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

A SAGA LANDELL MOURA

O natal é dos corações fervorosos

                                                                                        Cesar Vanucci*     "Natal. Apagam-se as l...