*Cesar
Vanucci
“A
policia de SP virou caso de polícia” (Antônio Luiz da Costa, Educador)
1)
Primeiro foi o advogado do ajudante de ordens. Mesmo tentando, mais tarde, de
forma nada convincente, desdizer o que disse na entrevista da televisão, acabou
admitindo que a delação premiada do
Coronel Cid confirmou Ipsis litteris
aquilo que o inquérito da PF
sustenta quanto à participação do ex- Presidente
Bolsonaro na conspiração. Ao depois, foi a vez do advogado do próprio, também
entrevistado pela tevê. Deixou
subentendido que seu cliente, a par da trama que vinha rolando, recusou-se,
como “bom democrata”, a participar das ações articuladas por colaboradores mais
graduados, homessa! Não deu outra. Conforme apuração de bastidores, feita por
jornalistas experimentados, a manifestação reverberou negativamente em círculos
bem próximos a Bolsonaro, que divisaram na estratégia delineada para a defesa
do ex-mandatário o propósito solerte de jogar no colo dos auxiliares a culpa pelo
complô desmascarado. Já há quem esteja supondo, a esta altura dos
acontecimentos que o Coronel Cid, no final das contas, não será o único a
contar o que sabe...
2) Revela-se indisfarçável a
tenaz resistência oferecida por contingente significativo de integrantes do
Congresso à exigência de transparência e rastreabilidade na tramitação das
emendas parlamentares. Tal procedimento vem suscitando fortes críticas e
condenações em amplas camadas da sociedade. A Democracia estabelece, como regra
irremovível, que a aplicação dos recursos públicos seja ordenada com clareza
solar. Sem essa, por tanto, de inventar subterfúgios inconsistentes que possam alterar
o ritmo normal das coisas, permeando de sombras e duvidas projetos e
realizações concebidos no interesse da coletividade. Como recomenda o STF, é
preciso acompanhar com rigorosa atenção do começo ao fim todas as etapas das obras
contempladas com emendas instituídas por senadores e deputados, no uso de suas prerrogativas
constitucionais.
3) Um fator preocupante na
momentosa questão da insegurança pública que sacode São Paulo, com reflexos no
resto do país, é paradoxalmente a forma de agir da segurança pública. Ação
truculenta, de não raro em raro, letal, provoca sobressalto e atemoriza a
população. O ininterrupto desfile de cenas emblemáticas, registradas nas
tarefas atribuídas a despreparados agentes policiais, atingiu o ápice do
desatino com lance do cidadão arremessado num córrego do alto de uma ponte. O
inimaginável procedimento ocorreu sob os olhares acumpliciados de 12 outros
agentes fardados, sem que nenhum deles dissesse qualquer coisa ou fizesse
qualquer gesto no sentido de obstaculizar o bárbaro ato. O espanto provocado
por essa e outras brutais ocorrências do mesmo naipe levou o corregedor dos
órgãos de segurança a reconhecer publicamente que “a PM de SP está fora de
controle”.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário