quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Três temas palpitantes

 


 

*Cesar Vanucci

“A policia de SP virou caso de polícia” (Antônio Luiz da Costa, Educador)

 

1) Primeiro foi o advogado do ajudante de ordens. Mesmo tentando, mais tarde, de forma nada convincente, desdizer o que disse na entrevista da televisão, acabou admitindo que a delação premiada  do Coronel Cid confirmou Ipsis litteris  aquilo que o inquérito da PF sustenta  quanto à participação do ex- Presidente Bolsonaro na conspiração. Ao depois, foi a vez do advogado do próprio, também entrevistado pela tevê.  Deixou subentendido que seu cliente, a par da trama que vinha rolando, recusou-se, como “bom democrata”, a participar das ações articuladas por colaboradores mais graduados, homessa! Não deu outra. Conforme apuração de bastidores, feita por jornalistas experimentados, a manifestação reverberou negativamente em círculos bem próximos a Bolsonaro, que divisaram na estratégia delineada para a defesa do ex-mandatário o propósito solerte de jogar no colo dos auxiliares a culpa pelo complô desmascarado. Já há quem esteja supondo, a esta altura dos acontecimentos que o Coronel Cid, no final das contas, não será o único a contar o que sabe...

 2) Revela-se indisfarçável a tenaz resistência oferecida por contingente significativo de integrantes do Congresso à exigência de transparência e rastreabilidade na tramitação das emendas parlamentares. Tal procedimento vem suscitando fortes críticas e condenações em amplas camadas da sociedade. A Democracia estabelece, como regra irremovível, que a aplicação dos recursos públicos seja ordenada com clareza solar. Sem essa, por tanto, de inventar subterfúgios inconsistentes que possam alterar o ritmo normal das coisas, permeando de sombras e duvidas projetos e realizações concebidos no interesse da coletividade. Como recomenda o STF, é preciso acompanhar com rigorosa atenção do começo ao fim todas as etapas das obras contempladas com emendas instituídas por senadores e deputados, no uso de suas prerrogativas constitucionais.    

 3) Um fator preocupante na momentosa questão da insegurança pública que sacode São Paulo, com reflexos no resto do país, é paradoxalmente a forma de agir da segurança pública. Ação truculenta, de não raro em raro, letal, provoca sobressalto e atemoriza a população. O ininterrupto desfile de cenas emblemáticas, registradas nas tarefas atribuídas a despreparados agentes policiais, atingiu o ápice do desatino com lance do cidadão arremessado num córrego do alto de uma ponte. O inimaginável procedimento ocorreu sob os olhares acumpliciados de 12 outros agentes fardados, sem que nenhum deles dissesse qualquer coisa ou fizesse qualquer gesto no sentido de obstaculizar o bárbaro ato. O espanto provocado por essa e outras brutais ocorrências do mesmo naipe levou o corregedor dos órgãos de segurança a reconhecer publicamente que “a PM de SP está fora de controle”.

  Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Nenhum comentário:

A SAGA LANDELL MOURA

O natal é dos corações fervorosos

                                                                                        Cesar Vanucci*     "Natal. Apagam-se as l...