*Cesar Vanucci
“O mundo virou um Hospício
tarifário” (Carla
Beni, economista )
Analistas
econômicos e observadores políticos manifestam temores por recessão mundial.
Sinais inquietadores de uma crise capaz de abalar estruturas financeiras e até
políticas já são enxergados. Tais sinais estão sendo emitidos, mais contundentemente,
nas quedas sucessivas das cotações das Bolsas de valores e nos avultados
prejuízos acusados por grandes corporações. Os danos financeiros foram
estimados, num primeiro momento, em 7 trilhões de dólares. Para se ter ideia do
que isso representa, relembremos que o valor calculado é superior a dois PIBs
brasileiros, ou seja, é maior mais de duas vezes do que toda a riqueza acumulada
no período de um ano nas atividades produtivas deste nosso país continental de 220
milhões de habitantes.
Esta
estúpida guerra tarifária, originária de decisões desastradas assumidas no
Salão Oval da Casa Branca, ganha a cada instante novos e perturbadores
contornos. O aspecto que mais galvaniza atenções está vinculado à escala
ascendente das taxações e represálias estabelecidas entre os Estados Unidos e
outras Nações, com destaque especial para a China. Outro lance momentoso diz
respeito à brusca ruptura havida na aliança comercial dos EUA com seus
parceiros preferenciais, agrupados na NAFTA, Canadá e México.
“O
hospício tarifário implantado” não beneficia ninguém, espalha a cizânia na
convivência internacional, desestrutura as economias mais frágeis e abre fendas
nos sistemas econômicos de maior envergadura.
As
reações ao “festival de sandices” que o mundo, atônito, está assistindo vêm
crescendo no próprio território americano. Lideranças empresariais favoráveis
ao republicano na campanha eleitoral recente já se mostram desgostosas com o
que vem rolando no pedaço. Tornou-se pública, a propósito, a áspera
discordância de Elon Musk com o principal assessor econômico de Trump, Peter Navarro.
Nada obstante, Donald Trump continua a utilizar em seus arroubos retóricos,
expressões ofensivas, de menosprezo a aliados e parceiros, algumas até impublicáveis.
A
sobretaxa aplicada ao Brasil foi de 10%, a menor do “tarifaço”. Isso se deve, provavelmente,
á circunstancia de serem os EUA superavitários nas transações comercias com
nosso país.
Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br )
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